São Paulo, quinta-feira, 29 de novembro de 2001

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Governo pressiona e racha rebeldia do PMDB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo pressionou e conseguiu aumentar a dissidência no PMDB em relação ao projeto que modifica a CLT. O número de deputados que seguiu a orientação do líder Geddel Vieira Lima (BA) de votar contra o projeto do governo caiu de 62 -na votação de ontem de madrugada- para 52 ontem à noite. O partido tem 90 deputados.
O partido foi o principal alvo da ira do presidente Fernando Henrique Cardoso na reunião com líderes governistas e ministros. O presidente telefonou para peemedebistas e cobrou lealdade argumentando que tem atendido às reivindicações do partido.
FHC citou a recente nomeação do ministro da Integração Nacional, Ney Suassuna (PMDB-PB). Segundo deputados do PMDB, o presidente chegou a ameaçar com cortes de emendas.
Na tentativa de enterrar o projeto, deputados da oposição que já estavam dentro de aviões voltaram à Câmara para participar da votação nominal depois que o painel eletrônico apresentou defeito. Os deputados Nelson Proença (PPS-RS) e Emerson Kapaz (PPS-SP) exibiram no plenário a passagem com o carimbo "voado" referente ao trecho Brasília/Porto Alegre e Brasília/São Paulo, respectivamente.
O líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro (BA), disse que os partidos de oposição vão manter a obstrução das votações em todas as comissões técnicas da Câmara e na Comissão Mista de Orçamento.
Há 93 projetos de créditos suplementares para serem votados e o Orçamento da União de 2002. Pelo calendário da comissão, a partir de hoje começarão a ser votados os relatórios setoriais do Orçamento de 2002.
No Senado, o presidente da Casa, Ramez Tebet (PMDB-MS), acredita que o governo terá dificuldade para aprovar o projeto.
""O que eu ouvi dos senadores até agora é que esse projeto é inadequado. É muito polêmico e precisa ser melhor analisado."
Tebet estranhou a pressa do governo em aprovar as alterações da CLT, e disse que é preciso ""ver o que tem por trás disso".



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