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TRABALHO
Presidente assume comando da mobilização e pede apoio dos líderes dos partidos aliados para aprovação do projeto
FHC pressiona governadores pela votação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu ontem o
comando da mobilização pela
aprovação do projeto que flexibiliza a CLT (Consolidação das Leis
do Trabalho). Ele exigiu dos líderes aliados que o projeto fosse votado ontem mesmo e telefonou
para governadores do PMDB pedindo que orientassem suas bancadas na Câmara para votarem a
favor da proposta.
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), disse que a
entrada do presidente nas negociações era a garantia de aprovação da proposta.
"Hoje [ontem" vai haver mobilização dos ministros e governadores. O presidente vai telefonar para governadores. Quando o governo faz essa mobilização, nunca
perde a votação", disse o pefelista.
Na reunião com os líderes no
Palácio da Alvorada pela manhã,
Fernando Henrique não deu
chances de argumentação e foi irredutível quanto à manutenção
do regime de urgência.
O presidente disse que o assunto já havia sido discutido, que era
bom para o país e que era preciso
votar o projeto. Afirmou ainda
que foi realizada uma pesquisa
nacional na qual mais de 50% dos
entrevistados disseram que concordavam com o projeto.
Ontem, o alvo principal do governo foram os partidos da base
que ficaram contra o projeto na
sessão de anteontem: o PMDB e o
PTB. O governo decidiu não liberar emendas de congressistas desses partidos e não receber peemedebistas no Palácio do Planalto.
Deputados integrantes da base
de sustentação de FHC declararam suspeitar de interesses não
revelados do governo na aprovação do projeto. O presidente do
Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), disse que era preciso ver o
que estava atrás da pressa do governo em querer aprovar o projeto. O presidente da Câmara, Aécio
Neves (PSDB-MG), tentou convencer FHC a retirar a urgência
do projeto, mas não conseguiu.
"Acho que o ministro Dornelles
[Francisco Dornelles, do Trabalho" considerou que seria difícil
aprovar o projeto no próximo
ano por ser um ano eleitoral. Certamente ele convenceu o governo
da necessidade de urgência", disse Aécio.
Não houve liberação expressiva
de recursos para o atendimento
de emendas de parlamentares nos
últimos dois dias. Na noite da primeira votação, porém, quando a
oposição saiu vitoriosa, foram feitos 17 empenhos às 23h20 -um
horário atípico- no valor total
de R$ 3,6 milhões.
(DENISE MADUEÑO E LUCIO VAZ)
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