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LUÍS NASSIF
O pioneirismo brasileiro na internet
No início do ano, um congresso sobre governo eletrônico -promovido pela Microsoft, em Seattle- revelou
que o setor público brasileiro
poderia assumir uma posição de
vanguarda na área. Em reunião
de ministros da União Européia
sobre inclusão digital -que
ocorre nesta semana-, esses esforços foram reconhecidos no
fato de o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, ter sido convidado pelo comissário para a Informação da UE, Erki
Liikanen, na condição de única
pessoa de fora a expor as experiências do seu país. O convite
decorreu da boa impressão que
Liikanen colheu sobre a experiência brasileira na área.
O discurso de Pimenta permite um bom apanhado sobre o
que tem sido feito nas diversas
instâncias de governo.
Nos últimos anos houve investimentos nas telecomunicações
correspondentes a 13 bilhões de
euros. Na internet, o número de
usuários passou de 250 mil, em
1995, para cerca de 23 milhões,
em 2001. Na área pública, as
principais ações se concentram
nas seguintes áreas:
1) Telecomunidade
O programa financiado com
os recursos do Fust (Fundo de
Universalização dos Serviços de
Telecomunicações), na base de
1,5 bilhão de euros nos próximos
cinco anos, para conexão das escolas públicas de ensino médio e
técnico, museus e bibliotecas públicas, o sistema de saúde. Estima-se que, apenas nas escolas,
serão 7 milhões de usuários espalhados por 13 mil escolas.
2) Quiosques Correio
Os Correios estão preparando
dois programas, os Quiosques
de Acesso Gratuito e o Ponto
Eletrônico de Presença, que permitirão, em dois anos, atingir os
5.561 municípios com terminais
de acesso gratuito aos serviços e
produtos governamentais e ao
correio eletrônico.
3) Integração de sistemas
As principais redes públicas
-sistema tributário, previdenciário e IBGE- já estão integradas à rede maior. A partir de
dezembro de 2001 toda renovação de contrato de rede precisará prever a integração com o sistema federal.
4) Rede Governo
Estão disponíveis na internet
72% dos serviços do governo federal, na Rede Governo. A meta
é que nos próximos meses a totalidade dos serviços seja coberta. Serão 900 serviços federais e
7.000 tipos de informação originadas no governo federal, mais
500 serviços estaduais e 11 mil tipos de informações. Em 2000, a
Rede Governo tinha 3.500 links
e 150 mil páginas visitadas mensalmente. Em 2001, pulou para
18 mil links e 30 milhões de páginas visitadas por mês.
5) Área tributária
No ano de lançamento da entrega da declaração de renda
pela internet, 5,4%, ou 474 mil
pessoas físicas, declararam seu
Imposto de Renda via internet.
Em 2001, recorreram à internet
95% das pessoas físicas num total de mais de 12 milhões de contribuintes. No caso das pessoas
jurídicas, a totalidade das declarações é entregue por via eletrônica.
6) Eleições
No ano 2000, o Brasil elegeu
5.559 prefeitos e mais de 60 mil
vereadores, tendo sido apurados
mais de 92 milhões de votos
num universo eleitoral de quase
110 milhões de votantes, nas diversas regiões do país. Foram
utilizadas 310 mil urnas eletrônicas, desenvolvidas com tecnologia nacional, e apenas 229
apresentaram algum tipo de defeito. Em menos de 24 horas,
90% dos resultados já estavam
centralizados no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília.
7) Licitação eletrônica
O processo de compra eletrônica, iniciado no Estado de São
Paulo e em alguns bancos
-Banco do Brasil e Bradesco-
, começa a se expandir por todo
o país.
8) Prepotência
É gratuita, desrespeitosa e descabida a afirmação de FHC de
que quem não dá certo como
cientista vira professor. No momento em que se caminha para
a pacificação da área, em que os
quadros mais responsáveis da
universidade, sem reduzir a crítica ao MEC, passam a se afastar dos corporativistas que dirigem a Andes -sem reduzir as
críticas contra o MEC-, a declaração de FHC serve apenas
como exercício de prepotência e
de desgaste inútil.
Internet: www.dinheirovivo.com.br
E-mail: lnassif@uol.com.br
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