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BOLSO VAZIO
Gasto deve ser de R$ 1,4 bi, segundo a Fiesp; empresários emprestam até de parentes para honrar pendências
Metade das indústrias de SP não tem caixa para o 13º
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O pagamento do 13º salário pode ser a alegria do trabalhador,
mas ainda é a dor de cabeça da indústria. Mais da metade das empresas do Estado de São Paulo
(51%) não dispõe de recursos ou
podem pagar só parcialmente a
pendência com os empregados. E
uma entre cada duas indústrias de
grande porte depende dos recursos obtidos com a venda dos itens
em estoque para pagar o 13º.
A conclusão faz parte de uma
pesquisa da Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo) com 438 indústrias paulistas.
Grande parte das companhias ouvidas (89%) são pequenas e médias. Apenas 6% são grandes.
Segundo o estudo, a indústria
gastará R$ 1,4 bilhão para conseguir pagar o 13º salário. Metade
desse valor (R$ 700 milhões), que
corresponde à primeira parcela,
deve ser paga até amanhã. Para
que isso ocorra, 18% das companhias entrevistadas recorreram às
linhas de financiamento dos bancos. Do contrário, correriam o risco de atrasar o pagamento.
Estima-se que as empresas emprestem neste ano R$ 220 milhões
dos bancos para conseguir pagar
a pendência. Em 2000, elas pediram emprestado R$ 330 milhões.
Essa queda no volume financiado pode ser explicada de duas formas. Em primeiro lugar, uma parcela das empresas juntou recursos
durante o ano para pagar essa
conta. Com isso, elas acabam pedindo menos capital aos bancos.
Além disso, as empresas acreditam que as vendas dos itens em
estoque ajudarão as companhias
a rechear o caixa e a quitar a pendência. Segundo o levantamento,
50% das grandes empresas apostam na venda dos estoques para
conseguir o dinheiro necessário.
Entre as 438 companhias ouvidas, 22% delas usarão sobras do
caixa para fazer o depósito ao trabalhador. E existem até empresários que pedirão dinheiro emprestado para parentes (2%).
Uma das saídas para garantir os
recursos são os empréstimos.
Banco do Brasil, Bradesco, Caixa
Econômica Federal e Nossa Caixa
fizeram um convênio com a
Fiesp, anunciado ontem. Os bancos liberaram linhas mais atrativas aos associados da Fiesp, com
taxas de juros menores.
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