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EXUBERÂNCIA IRRACIONAL
Ações nos EUA valorizaram 40% em dois meses
Setor tecnológico vive nova bolha
DO "FINANCIAL TIMES"
As ações das empresas de tecnologia dos Estados Unidos tiveram valorização de 40% em média nos últimos dois meses. Mas,
de acordo com analistas, trata-se
de uma "minibolha" que carece
de fundamentos e por isso está sujeita a um forte ajuste.
"Existe a possibilidade real de
estarmos presenciando uma segunda bolha [do setor tecnológico]", disse Steve Milunovich, estrategista para investimentos em
ações do setor do banco Merrill
Lynch.
Desde 21 de setembro, o índice
Standard & Poor's para empresas
tecnológicas subiu 42%. O desempenho fui muito superior ao
do índice S&P composto (em que
entram as 500 maiores empresas
do país, independentemente do
setor).
"Acho que uma nova bolha tecnológica está em curso, ainda que
a outra nunca tenha chegado a estourar", afirmou o analista Ed
Yardeni.
Embora as ações do setor ainda
estejam valendo, em média, 60%
da cotação que atingiram em seu
pico, no começo do ano passado,
os papéis do setor tecnológico estão sendo negociados por 50 vezes
o valor do lucro estimado para essas companhias em 2002. Isso é o
dobro do que alcançam as ações
em média.
A disparada desses papéis ocorreu apesar das evidências de que
os investimentos em tecnologia
de informação das empresas norte-americanas (que correspondem a 85% do total mundial) não
devem crescer no próximo ano.
Um levantamento feito pelo
"Financial Times" indica que as
companhias cortaram, neste ano,
entre 5% e 10% o gasto com equipamentos e produtos de alta tecnologia. No ano que vem, as reduções devem continuar.
De acordo com uma pesquisa
feita pelo banco Goldman Sachs,
os investimentos no setor só deverão ser ampliados na segunda
metade de 2000.
Entre o final dos anos 80 e o começo dos anos 90, os gastos em
tecnologia da informação cresceram 9% ao ano. Entre 1995 e 2000,
os investimentos foram acelerados, crescendo à média de 16% ao
ano.
Como as companhias estão com
o caixa apertado, sobrevivendo
com margens de lucro estreitas,
elas tentam tirar o máximo proveito dos equipamentos existentes, em vez de adquirir novos.
"Ainda podemos produzir bastante, ao longo dos próximos
anos, apenas utilizando ao máximo os equipamentos que já possuímos", disse Curt Andersson,
vice-presidente da Timken, empresa de comércio eletrônico baseada em Ohio.
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