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SAIBA MAIS
No auge da crise dos anos 80, país viu PIB cair 2,9%
DA REDAÇÃO
Em 1983, o Brasil atravessou
a pior fase na crise econômica
do início dos anos 80, com o
fraco crescimento e a escalada
da inflação. O PIB caiu 2,9%, a
segunda queda em três anos
-em 1981, fora negativo pela
primeira vez desde 1942.
Um dos principais fatores para a recessão foi a crise no pagamento da dívida externa, iniciada pelo México, que decretou moratória em 1982. O Brasil, que dependia da captação
de recursos no exterior, viu as
fontes de financiamento secarem no que ficou conhecido
como "Setembro Negro".
No fim desse ano, o então
sindicalista Luiz Inácio Lula da
Silva criticava medidas restritivas: "Nos empenharemos para
que seja descartada a solução
de usarem a recessão como
meio de combater a inflação".
Com o país sem crédito, o governo do general João Baptista
Figueiredo (1918-1999) iniciou
negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional)
no fim desse ano, pouco após
as eleições para governador.
O governo se comprometeu
com o receituário do Fundo,
que previa um ajuste fiscal para
buscar a estabilidade, e promoveu o corte de gastos públicos,
de subsídios agrícolas e para a
exportação e a elevação de impostos e dos preços das tarifas
públicas. O principal objetivo
era equilibrar as contas.
Em fevereiro de 1983, houve a
maxidesvalorização do cruzeiro, que impulsionou as exportações, mas comprometeu o
programa de ajuste interno. As
metas acordadas com o FMI
não foram cumpridas (como as
de gastos públicos), e as parcelas do empréstimo, suspensas.
Embora a balança comercial
ficasse positiva, a inflação manteve-se alta e quebrou um recorde histórico ao superar a
barreira dos 200% e a queda do
PIB acentuou-se em 1983.
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