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São Paulo, sábado, 29 de novembro de 2003

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No auge da crise dos anos 80, país viu PIB cair 2,9%

DA REDAÇÃO

Em 1983, o Brasil atravessou a pior fase na crise econômica do início dos anos 80, com o fraco crescimento e a escalada da inflação. O PIB caiu 2,9%, a segunda queda em três anos -em 1981, fora negativo pela primeira vez desde 1942.
Um dos principais fatores para a recessão foi a crise no pagamento da dívida externa, iniciada pelo México, que decretou moratória em 1982. O Brasil, que dependia da captação de recursos no exterior, viu as fontes de financiamento secarem no que ficou conhecido como "Setembro Negro".
No fim desse ano, o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva criticava medidas restritivas: "Nos empenharemos para que seja descartada a solução de usarem a recessão como meio de combater a inflação".
Com o país sem crédito, o governo do general João Baptista Figueiredo (1918-1999) iniciou negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional) no fim desse ano, pouco após as eleições para governador.
O governo se comprometeu com o receituário do Fundo, que previa um ajuste fiscal para buscar a estabilidade, e promoveu o corte de gastos públicos, de subsídios agrícolas e para a exportação e a elevação de impostos e dos preços das tarifas públicas. O principal objetivo era equilibrar as contas.
Em fevereiro de 1983, houve a maxidesvalorização do cruzeiro, que impulsionou as exportações, mas comprometeu o programa de ajuste interno. As metas acordadas com o FMI não foram cumpridas (como as de gastos públicos), e as parcelas do empréstimo, suspensas.
Embora a balança comercial ficasse positiva, a inflação manteve-se alta e quebrou um recorde histórico ao superar a barreira dos 200% e a queda do PIB acentuou-se em 1983.


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