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MERCADO IMOBILIÁRIO
Empresa não paga parcela de R$ 40 mi da concordata e ameaça negociações para retomada de obras
Encol poderá ter a falência decretada
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
A ameaça de que em breve seja
decretada a falência da Encol pode
adiar por tempo indeterminado a
finalização das obras da construtora, prejudicando ainda mais a
maior parte dos 42 mil mutuários
da empresa.
A Encol pode ter sua falência decretada porque não pagou a seus
credores a primeira parcela de sua
dívida no processo de concordata,
no valor de R$ 40 milhões, que
vencia na última semana.
Segundo o representante dos
credores no processo, o advogado
Habib Badião, até o final da tarde
da sexta-feira passada o pagamento não havia sido feito.
A construtora, que entrou em
crise financeira no ano passado e
deixou cerca de 42 mil compradores sem os imóveis, vinha repassando para os clientes as escrituras
dos apartamentos.
Do total de mais de 600 prédios
que a Encol deixou inacabados
quando entrou com pedido de
concordata, as escrituras de cerca
de 200 haviam sido repassadas para os mutuários. A situação de
aproximadamente 400 edifícios
ainda está pendente.
No caso de a falência ser decretada pelo juiz Avenir Passos de Oliveira, da Vara de Falências e Concordatas de Goiânia, que analisa o
processo, os mutuários ainda sem
as escrituras vão ter que esperar.
Aos credores interessa a postergação do prazo para a Encol pagar
suas dívidas.
"Até junho poderíamos resolver
os débitos da Encol com o INSS,
com os municípios e passar a escritura dos imóveis para 70% dos
compradores", afirma o advogado
Habib Badião, representante dos
credores no processo.
A decretação da falência da Encol
não interessa porque, na avaliação
dos credores, significaria perder
definitivamente o dinheiro já emprestado à construtora.
A dívida da construtora com o
sistema financeiro é estimada em
torno de R$ 700 milhões.
A Folha apurou que o principal
argumento defendendo a concessão de mais prazo para a Encol é o
de que a própria Justiça prejudicou
a empresa.
A disputa entre os juízes de Brasília e de Goiânia para saber qual
deles teria a competência para julgar a Encol paralisou a atividade
da empresa.
A Encol havia pedido concordata
preventiva em Goiânia, há cerca de
um ano. Em Brasília, já tramitavam vários pedidos de falência
contra a construtora.
A questão do conflito de competência foi resolvida em junho, no
STJ (Superior Tribunal de Justiça),
a favor da Vara de Falências e Concordatas de Goiânia.
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