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Software vira extensão
da rede mundial
da Redação
À primeira vista, parece desproporcional o empenho da Microsoft
em eliminar totalmente a concorrência da Netscape, que, afinal, é
apenas uma pequena empresa de
um produto só, e ainda por cima
gratuito. Mas, desde a publicação
de um memorando histórico de
Bill Gates sobre a Internet, em 95, a
empresa vem concentrando todas
as suas forças em aplicações para a
rede mundial.
Para a Microsoft, a integração do
programa de navegação (Explorer) ao sistema operacional (Windows) significa tornar seu software
uma espécie de extensão da Internet, em que o usuário mal perceberia onde começa um e onde termina a outra.
O plano inclui parcerias com diversas empresas, que teriam posições privilegiadas na tela do Windows e nos controles do Internet
Explorer, num sistema de "canais"
predeterminados que foi criado
pela empresa.
O usuário poderia ver então um
ícone levando diretamente ao site
da Disney ou da revista "Time",
por exemplo, toda vez que ligasse o
computador. A Microsoft fez parcerias com empresas no mundo inteiro, que têm direito a aparecer
nos "canais" do Explorer.
Como o Windows está instalado
em 90% dos computadores domésticos do mundo, isso representa uma vantagem considerada injusta e anticompetitiva pelos concorrentes. Pode-se dizer que, se o
computador fosse um aparelho de
TV, a intenção da Microsoft seria
configurar o controle remoto de
maneira que determinados canais,
escolhidos por ela, ficassem muito
mais visíveis e fáceis de utilizar do
que outros.
A acusação Departamento de
Justiça do governo norte-americano, de que a Microsoft estaria utilizando o seu monopólio em sistemas operacionais (Windows) para
estender seu domínio sobre outros
mercados, se apoiava a princípio
praticamente só na queixa de prática monopolista da Netscape e no
fato de que o Explorer foi incluído
no Windows.
Uma série de novas acusações de
pressão sobre outras empresas foram acrescentadas no início do julgamento (veja o quadro "Os lances
do julgamento", acima).
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