São Paulo, domingo, 29 de novembro de 1998

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Número de contas sacadas
cresce 13,4%

da Redação

De janeiro a outubro deste ano, foram sacadas 11,45 milhões de contas vinculadas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), 13,4% a mais do que em igual período de 97.
Em valor, isso representou R$ 13,89 bilhões, incluindo a multa de 40% sobre as contas sacadas por demissão sem justa causa. A média é de R$ 1,39 bilhão por mês, valor que deve estar funcionando como amortecedor da crise social.
As pessoas demitidas usam o dinheiro para sobreviver até encontrar novo emprego ou para abrir um negócio próprio.
Não dá para comparar com os valores sacados em igual período de 97 porque as empresas passaram a depositar a multa do FGTS na Caixa Econômica Federal este ano, a partir de meados de fevereiro. No futuro a instituição pretende separar os dados.
Por motivo de demissão sem justa causa, foram sacadas 7,5 milhões de contas do FGTS de janeiro a outubro deste ano, 10,8% a mais do que em igual período de 97. Já supera o total de 8,1 milhões de contas movimentadas por demissão em todo o ano passado.
Há também saques motivados por pedidos de aposentadoria, contas inativas, compra da casa própria, abatimento dessas dívidas ou de prestações no SFH, doença (câncer e Aids) e morte -caso em que os herdeiros retiram o saldo.
Nos últimos meses, segundo José Coelho, diretor da CEF, caiu o número de pedidos de aposentadoria no setor privado (INSS). Ele entende que, devido às discussões da reforma da Previdência, muitos trabalhadores anteciparam os pedidos no final de 97 e início de 98. Mais recentemente, o fluxo voltou a ser normal.
Os saques motivados pela compra da casa própria pelo SFH, que subiram nos últimos anos com a maior oferta de crédito ao setor imobiliário, também não mantiveram o ritmo anterior, diz ele.
A retirada para abater prestações se mantém, mas o uso do FGTS como entrada diminuiu, já que o mercado imobiliário sentiu a recente crise.
Além disso, observa Coelho, a cobrança de dívidas privadas e a renegociação das referentes ao setor público tiveram impacto positivo sobre a arrecadação.
No setor público, explica, a vinculação de receitas força o pagamento em dia do FGTS, sob pena de prefeituras, por exemplo, terem bloqueados os repasses federais dos fundos de participação. (GJC)



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