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MERCADO IMOBILIÁRIO
Construtora de GO é contratada pelos clientes para terminar prédios; bancos garantem financiamento
Engenharia financeira retoma
obra da Encol
da Reportagem Local
A construtora Govesa, de Goiânia, que está assumindo alguns
empreendimentos e elaborou um
projeto de engenharia financeira
para dar continuidade às obras,
havia sido contatada pela Encol
no início do ano. Só conseguiu fazer os processos deslancharem a
partir de agosto.
Segundo explica o diretor da
Govesa, Jorcelino José Braga, os
bancos estão financiando diretamente os clientes, que contratam
a Govesa como nova incorporadora, destituindo a Encol.
Os bancos credores têm hipotecas de empreendimentos da Encol, mas já as consideram como
perdas. Nesses casos, as instituições vendem a hipoteca com deságio e voltam a financiar a obra,
diretamente aos compradores.
Na semana passada, a Govesa
fechou um acordo desse tipo para
um empreendimento da Encol no
município de São Paulo.
Na quarta-feira, a mesma construtora fechou outro acordo, desta vez em São José dos Campos
(SP).
A empresa também deve fechar
mais um contrato esta semana em
São Paulo e um outro até o final de
dezembro.
Segundo estimativa do presidente da Associação Nacional dos
Compradores da Encol, Charles
Belchieur, os mutuários terão que
gastar de 30% a 50% a mais do valor já pago pelo imóvel.
"Os compradores investiram R$
1,2 bilhão na Encol e vão colocar
mais R$ 600 milhões para ter as
obras terminadas", disse.
O Banco Itaú, que já financiou
cerca de dez empreendimentos em
projetos desse tipo, afirma que em
alguns casos os mutuários nem
chegaram a pagar um valor extra
para ter a obra finalizada.
De acordo com o superintendente de crédito imobiliário do Itaú,
Ruy Telles, o banco está disposto a
continuar analisando o financiamento de mais projetos.
Segundo Telles, o mais difícil na
operação foi convencer os mutuários da Encol a entrar em novos financiamentos, pois muitos estavam "traumatizados" com a quebra da construtora.
A Folha tentou ouvir o advogado
da Encol na última semana, mas
ele não respondeu aos telefonemas
do jornal até o final da tarde de
sexta-feira.
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