São Paulo, domingo, 29 de novembro de 1998

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MERCADO IMOBILIÁRIO
Construtora de GO é contratada pelos clientes para terminar prédios; bancos garantem financiamento
Engenharia financeira retoma
obra da Encol

da Reportagem Local

A construtora Govesa, de Goiânia, que está assumindo alguns empreendimentos e elaborou um projeto de engenharia financeira para dar continuidade às obras, havia sido contatada pela Encol no início do ano. Só conseguiu fazer os processos deslancharem a partir de agosto.
Segundo explica o diretor da Govesa, Jorcelino José Braga, os bancos estão financiando diretamente os clientes, que contratam a Govesa como nova incorporadora, destituindo a Encol.
Os bancos credores têm hipotecas de empreendimentos da Encol, mas já as consideram como perdas. Nesses casos, as instituições vendem a hipoteca com deságio e voltam a financiar a obra, diretamente aos compradores.
Na semana passada, a Govesa fechou um acordo desse tipo para um empreendimento da Encol no município de São Paulo.
Na quarta-feira, a mesma construtora fechou outro acordo, desta vez em São José dos Campos (SP).
A empresa também deve fechar mais um contrato esta semana em São Paulo e um outro até o final de dezembro.
Segundo estimativa do presidente da Associação Nacional dos Compradores da Encol, Charles Belchieur, os mutuários terão que gastar de 30% a 50% a mais do valor já pago pelo imóvel.
"Os compradores investiram R$ 1,2 bilhão na Encol e vão colocar mais R$ 600 milhões para ter as obras terminadas", disse.
O Banco Itaú, que já financiou cerca de dez empreendimentos em projetos desse tipo, afirma que em alguns casos os mutuários nem chegaram a pagar um valor extra para ter a obra finalizada.
De acordo com o superintendente de crédito imobiliário do Itaú, Ruy Telles, o banco está disposto a continuar analisando o financiamento de mais projetos.
Segundo Telles, o mais difícil na operação foi convencer os mutuários da Encol a entrar em novos financiamentos, pois muitos estavam "traumatizados" com a quebra da construtora.
A Folha tentou ouvir o advogado da Encol na última semana, mas ele não respondeu aos telefonemas do jornal até o final da tarde de sexta-feira.



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