São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 2001

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TRANSPORTES

Movimento avança no PR, em SC e no RS; na Baixada Santista (SP), 95% pararam, segundo sindicato

Adesão à greve chega a até 90% no Sul

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Pátio do Sindicato de Transportes Autônomos de Bens da Baixada Santista (SP) lotado de caminhões em razão da greve


RONALDO SOARES
DA AGÊNCIA FOLHA

Apesar do fracasso na maior parte do país, a greve dos caminhoneiros registrou grande mobilização na região Sul no primeiro dia de paralisação.
No Paraná, a adesão foi de cerca de 90%, segundo cálculos do Movimento União Brasil Caminhoneiro no Estado, cuja frota de caminhões é de 250 mil veículos.
Levantamento da Polícia Rodoviária Federal indicou que em duas rodovias federais -a BR-277, que liga Paranaguá a Foz do Iguaçu, e a BR-376, que liga o Paraná a Santa Catarina- houve redução de cerca de 90% no tráfego de caminhões.
Na BR-116 -principal rodovia do Estado-, a redução no volume de caminhões trafegando foi de 50%, de acordo com a PRF.
Houve tumulto em um dos pontos do Estado onde manifestantes montaram piquetes. Em Foz do Iguaçu, no quilômetro 638 da BR-277, grevistas apedrejaram pelo menos três caminhões que passaram pelo piquete. Não houve feridos.
Em Londrina, motoristas denunciaram que grevistas ameaçam saquear a carga dos caminhoneiros que não parassem nos piquetes. A PM também reforçou a segurança no local.
O presidente da Ceasa-PR, José Lupion, disse que a situação do Estado estava "tranquila" em relação ao desabastecimento que poderia ser causado pela greve.
A avaliação do MUBC de Santa Catarina é que a greve teve "sucesso total". A Polícia Rodoviária Federal confirmou que o fluxo de caminhões teve uma diminuição "acentuada". Não foram registrados conflitos, mas houve piquetes e mobilizações.
Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ajudaram na mobilização em Biguaçu e em São Cristóvão.
Não houve registros de desabastecimento no Estado.
O MUBC avalia que a mobilização de ontem tenha atingido 95% da categoria no Rio Grande do Sul. Já a PRF calcula que o tráfego de caminhões tenha caído 20%.
De manhã, houve um princípio de confronto no km 200 da BR-158, na região de Cruz Alta.
Uma carreta tentou impedir o tráfego na rodovia, mas foi removida pela PRF. O caminhoneiro Lourenço Rocha foi detido acusado de apedrejar um caminhão que havia se recusado a parar, mas foi liberado à tarde.
Nenhum outro incidente ou bloqueio foi registrado.

Santos
O movimento dos caminhoneiros autônomos teve adesão de 95% na Baixada Santista, segundo o sindicato da categoria. Na região, os caminhoneiros se concentram em Santos e Guarujá devido às instalações portuárias e, em Cubatão, por causa do pólo petroquímico.
Não houve bloqueio de ruas ou rodovias. Os estacionamentos para carretas na faixa portuária de Santos ficaram cheios de veículos devido à greve. A paralisação coincidiu com a dos estivadores no porto de Santos.

Colaboraram Jairo Marques, Mauro Albano e Fausto Siqueira, da Agência Folha


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