São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 2001

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SINDICALISMO

Greve não aconteceu, "pois não foi discutida com a gente", diz Paulinho

Força quer atrair caminhoneiros



FÁTIMA FERNANDES
MARCELO BILLI

DA REPORTAGEM LOCAL
A Força Sindical está de olho na categoria dos caminhoneiros. A central já conseguiu a filiação de 60 sindicatos de Minas Gerais. Está conversando agora com lideranças do Paraná, Mato Grosso, Goiás e Amazonas e São Paulo.
"Já estamos com uma boa influência no meio dos caminhoneiros. Como essa paralisação não foi discutida com a gente, ela não aconteceu", diz Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical.
A Força tem 1.180 sindicatos filiados no Brasil, especialmente dos setores metalúrgico, alimentício, construção civil, comerciário e têxtil. Os caminhoneiros mineiros são os primeiros da categoria a se filiarem à Força.
Em março, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes de Cargas de São Paulo deve se filiar à Força. Outros 15 sindicatos do Estado de São Paulo devem fazer o mesmo, levando para a central sindical 120 mil novos sócios.
No mesmo mês, diz Paulinho, vários sindicatos de caminhoneiros do país vão se reunir para dar a posição final sobre a filiação.
"Daqui a seis meses a Força Sindical terá a grande maioria dos sindicatos de caminhoneiros do Brasil", afirma Paulinho.
"O Nélio Botelho (líder do Movimento União Brasil Caminhoneiro) está isolado. Ele acha que pode ser o líder do setor, como o norte-americano Jimmy Hoffa.
Hoffa foi um dos mais mais polêmicos líderes sindicais dos Estados Unidos. Ele presidiu o maior sindicato de caminhoneiros do país. Nasceu em 1913 e começou a organizar greves na década de 30. Desaparecido em 1975, o sindicalista foi declarado morto em 1982.
Em 1996, quando Botelho começou a aparecer na liderança do movimento dos caminhoneiros, ele mesmo se comparou a Hoffa.
Até mesmo líderes do movimento dos caminhoneiros ligados a Botelho estão descrentes com a paralisação. "O movimento não vai dar em nada", diz João Coragem, responsável pela organização da paralisação na zona Norte de São Paulo.
Ele diz que a maioria dos caminhoneiros acha que Botelho está querendo se promover -Coragem não tem essa opinião. No final de semana, Botelho disse que nunca foi e nem será candidato a nada. "Essa não é uma greve de caminhoneiros. Eles querem nos usar politicamente", diz Norival de Almeida Silva, presidente do sindicato que representa os trabalhadores autônomos do Estado de São Paulo.


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