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SINDICALISMO
Greve não aconteceu, "pois não foi discutida com a gente", diz Paulinho
Força quer atrair caminhoneiros
FÁTIMA FERNANDES
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Força Sindical está de olho na
categoria dos caminhoneiros. A
central já conseguiu a filiação de
60 sindicatos de Minas Gerais. Está conversando agora com lideranças do Paraná, Mato Grosso,
Goiás e Amazonas e São Paulo.
"Já estamos com uma boa influência no meio dos caminhoneiros. Como essa paralisação
não foi discutida com a gente, ela
não aconteceu", diz Paulo Pereira
da Silva, o Paulinho, presidente da
Força Sindical.
A Força tem 1.180 sindicatos filiados no Brasil, especialmente
dos setores metalúrgico, alimentício, construção civil, comerciário
e têxtil. Os caminhoneiros mineiros são os primeiros da categoria
a se filiarem à Força.
Em março, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes de
Cargas de São Paulo deve se filiar
à Força. Outros 15 sindicatos do
Estado de São Paulo devem fazer
o mesmo, levando para a central
sindical 120 mil novos sócios.
No mesmo mês, diz Paulinho,
vários sindicatos de caminhoneiros do país vão se reunir para dar
a posição final sobre a filiação.
"Daqui a seis meses a Força Sindical terá a grande maioria dos
sindicatos de caminhoneiros do
Brasil", afirma Paulinho.
"O Nélio Botelho (líder do Movimento União Brasil Caminhoneiro) está isolado. Ele acha que
pode ser o líder do setor, como o
norte-americano Jimmy Hoffa.
Hoffa foi um dos mais mais polêmicos líderes sindicais dos Estados Unidos. Ele presidiu o maior
sindicato de caminhoneiros do
país. Nasceu em 1913 e começou a
organizar greves na década de 30.
Desaparecido em 1975, o sindicalista foi declarado morto em 1982.
Em 1996, quando Botelho começou a aparecer na liderança do
movimento dos caminhoneiros,
ele mesmo se comparou a Hoffa.
Até mesmo líderes do movimento dos caminhoneiros ligados
a Botelho estão descrentes com a
paralisação. "O movimento não
vai dar em nada", diz João Coragem, responsável pela organização da paralisação na zona Norte
de São Paulo.
Ele diz que a maioria dos caminhoneiros acha que Botelho está
querendo se promover -Coragem não tem essa opinião. No final de semana, Botelho disse que
nunca foi e nem será candidato a
nada. "Essa não é uma greve de
caminhoneiros. Eles querem nos
usar politicamente", diz Norival
de Almeida Silva, presidente do
sindicato que representa os trabalhadores autônomos do Estado de
São Paulo.
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