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MONTADORAS
Corte de 20% da força de trabalho visa a recuperar lucratividade; ações caíram 45% desde fusão em 1988
Daimler-Chrysler vai demitir 26 mil funcionários
DA REPORTAGEM LOCAL
A Daimler-Chrysler está em crise e vai demitir 26 mil funcionários em suas fábricas nos próximos três anos. Ontem, em Auburn Hills, Michigan, a direção da
empresa anunciou que os procedimentos serão encaminhados
por meio dos contratos sindicais
existentes, atingindo, apenas nos
Estados Unidos, 2,5 mil pessoas.
O número total de postos corresponde a cerca de 20% da força de
trabalho da Chrysler.
O processo de reestruturação
internacional também prevê a
suspensão da produção em seis
fábricas -Estados Unidos, Canadá, México, Argentina e Brasil.
A medida visa a trazer a lucratividade de volta, já que, desde o
terceiro trimestre do ano passado,
a empresa vem registrando grandes perdas. Apenas nos Estados
Unidos, o prejuízo foi de US$ 1,75
bilhão no segundo semestre de
2000.
Depois de dois anos de casamento, a alemã Daimler e a americana Chrysler sugerem, com a
decisão, que a união celebrada em
1988 como a "fusão do século", já
está expondo incompatibilidades
que vão além do idioma.
Desde novembro do ano passado, a Chrysler é presidida pelo alemão Dieter Zetesche, que tem como braço direito outro alemão,
Wolfgang Bernhard. Como sempre, a explicação oficial foi de que
a americana Kathleen Oswald, até
então executiva da linha de frente,
estava se aposentando.
Não foi isso. Ela caiu. Theodoro
Cunningham, vice-presidente
global de vendas e marketing,
também deixou a companhia, assim como Antonio Cervone, vice-presidente da área de comunicações.
Wall Street refletiu a incompatibilidade, e as ações da Daimler-Chrysler caíram 45% depois da
fusão. O casamento ficou tão
complicado que, desde setembro
de 1999, Chrysler e Daimler passaram a funcionar novamente como duas entidades independentes.
Analistas falam em choque cultural. A revista semanal alemã
"Der Spiegel" afirma que, mesmo
com os cortes e o fechamento das
fábricas, a Chrysler não terá lucros até 2004.
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