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São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 2003

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POLÍTICA MONETÁRIA

Promessa de campanha era modificar formato do conselho

Lula mantém "modelo FHC" para CMN

GUSTAVO PATÚ
SÍLVIA MUGNATTO

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um encontro da cúpula da equipe econômica, hoje pela manhã, estará descumprindo uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a qual bastaria a edição de uma medida provisória.
Trata-se da primeira reunião, no governo Lula, do CMN (Conselho Monetário Nacional) -que, na teoria, é o principal responsável pela formulação da política monetária brasileira, embora, na prática, não passe de uma formalidade burocrática destinada a referendar decisões dos ministros da Fazenda e do Planejamento e do presidente do Banco Central, os três únicos conselheiros.
Candidato, Lula falou em ampliar a composição do CMN. "Nós queremos envolver mais gente da sociedade, inclusive gente da produção, para a gente discutir melhor os destinos da política econômica brasileira", disse, sob aplausos, em sabatina promovida pela Folha em agosto do ano passado.
Lula fazia uma menção saudosa ao período em que participavam do conselho diversos ministros do governo e representantes do setor privado. "Antigamente, tinha até sindicalista", relembrou o então presidenciável petista.
Aqueles tempos foram encerrados pelo Plano Real, que, a partir de julho de 94, além de criar a nova moeda, limitou o CMN a três pessoas. Argumentou-se, na época, que as decisões estratégicas reservadas ao conselho não deveriam ser objeto de debate -com grande risco de vazamento, aliás- entre representantes de setores organizados e diretamente interessados, como industriais, banqueiros e bancários.
O CMN manterá esse formato, segundo as informações oficiais. A assessoria de Palocci diz que não estão em discussão alterações no conselho.
A idéia de ampliar o CMN se manteve entre os petistas até muito perto do início do governo. "Senão, é melhor assumirmos na lei que não há mais conselho, que é uma decisão do Poder Executivo", dizia o hoje ministro Ricardo Berzoini (Previdência) em uma entrevista concedida em dezembro à revista do sindicato dos funcionários do BC.
Na mesma entrevista, aliás, Berzoini descartava a proposta de conceder mandatos fixos aos dirigentes do BC, que agora é uma das prioridades do governo Lula.


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