|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Discussão de Doha não avança, diz Amorim
Para chanceler brasileiro, encontro do G20 com Mandelson não surte nenhum efeito concreto para prosseguimento da rodada
Comissário europeu do
Comércio disse estar mais
confiante de que próximas
reuniões trarão resultados
efetivos para impasses
DA REDAÇÃO
O chanceler Celso Amorim
afirmou que a reunião do G20,
o grupo de países em desenvolvimento liderado por Brasil e
Índia, com o comissário europeu do Comércio, Peter Mandelson, não produziu nenhum efeito concreto para o avanço
da Rodada Doha.
"Não se materializou nada na
reunião, mas é certo que haverá
muitas conversas, muitos movimentos exploratórios", disse
Amorim após o encontro de ontem, em Genebra (Suíça).
Segundo o chanceler, é preciso que as partes envolvidas nas
negociações apresentem ofertas suficientemente comprometidas para que um acordo
possa ser alcançado.
Mandelson, no entanto, disse
estar mais confiante de que as
próximas reuniões trarão resultados efetivos para o impasse na rodada. "A União Européia e o G20, assim como os outros países em desenvolvimento, têm uma idéia clara sobre o
consenso que está se formando
para se chegar a uma solução."
Críticas a Mandelson
Os esforços do comissário
europeu para a retomada da
Rodada Doha não têm sido bem
recebidos por todos os países
do bloco. Para a França, Mandelson usou métodos de trabalho "inaceitáveis" em suas tentativas de retomar as negociações de liberalização do comércio mundial.
De acordo com o ministro
francês da Agricultura, Dominique Bussereau, o comissário
"circulou textos" e tornou "públicas ou semi-públicas" informações confidenciais nas negociações que ocorreram na semana passada em Davos (Suíça), durante o Fórum Econômico Mundial.
Mandelson apóia que a Europa reduza em 54% as suas tarifas de importação de produtos
agrícolas. Já a França diz ser
contra qualquer corte acima de
39%. "Qualquer outra oferta
está além dos poderes [de Mandelson]", disse Bussereau.
Ele afirmou que a atitude de
seu governo não é motivada pela eleição presidencial, que
acontece neste ano. "Nós não
estamos defendendo essa posição porque estamos em um período pré-eleitoral, mas porque
sempre defendemos isso."
Posição semelhante à do ministro francês foi defendida por
seu colega austríaco, Josef
Pröll. Segundo ele, os ministros
do bloco não estão sendo informados das decisões por Mandelson e os EUA precisam melhorar sua oferta antes de a Europa avançar com a sua.
"Existe um problema se um
indivíduo fica por aí fazendo
ofertas. Ela enfraquece a posição da Europa se os sinais enviados não têm consenso entre
os países-membros."
Já o ministro da Economia
da Alemanha, Michael Glos,
disse que seu país apóia Mandelson e suas tentativas de retomar a Rodada Doha.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Vaivém das commodities Próximo Texto: OMC terá crise com fracasso de Doha, diz Lula Índice
|