São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 2006

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Bernardo vê decisão técnica para TJLP

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que é "a favor" da redução das taxas de juros no Brasil, mas que na reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) -adiada para amanhã- o debate que decidirá sobre a redução da TJLP será "técnico".
Bernardo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, terão pela frente essa decisão no CMN. A TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) é usada, por exemplo, nos empréstimos concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), até a semana passada presidido por Mantega.
"Eu sou favorável à redução das taxas de juros, acho que no Brasil isso sempre foi unânime. Nós vamos discutir tecnicamente quais as condições em que vamos trabalhar", disse Bernardo, que afirmou não ter conversado com Mantega e Meirelles sobre o tema.
Antes de ser ministro, Mantega vinha defendendo redução maior da TJLP, atualmente em 9% ao ano. Agora que virou ministro, dá sinais de recuo sobre o tamanho da redução. Bernardo deu explicação para isso usando uma metáfora futebolística.
"Ele [Mantega] não é mais o presidente do BNDES, ele é ministro da Fazenda. É como um jogador do Galo [Atlético-MG] que vai jogar no Flamengo e certamente vai ter de fazer gol do outro lado. Ele vai defender a posição do Ministério da Fazenda."
O ministro disse que não tem lembranças sobre decisão envolvendo redução da TJLP que não fosse por consenso. Disse que a opinião do ministro da Fazenda nesse debate tem "peso imenso" e que Mantega é "respeitado".
"O Guido já disse que ele muda de lugar, mas não muda de opinião. Mas não é só uma questão de opinião acadêmica, uma opinião pessoal. Nós vamos fazer uma discussão sobre o impacto, a conveniência, o momento. Eu, por exemplo, não tenho problema nenhum em discutir isso. Nós fizemos uma redução importante da TJLP em dezembro, não tem problema nenhum", afirmou.
Questionado se pode haver uma queda drástica na TJLP, Bernardo disse: "Não aposto em nada drástico. Eu aposto em coisas viáveis".


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