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Bernardo vê decisão técnica para TJLP
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O ministro do Planejamento,
Paulo Bernardo, disse que é "a favor" da redução das taxas de juros
no Brasil, mas que na reunião do
CMN (Conselho Monetário Nacional) -adiada para amanhã-
o debate que decidirá sobre a redução da TJLP será "técnico".
Bernardo, o ministro Guido
Mantega (Fazenda) e o presidente
do Banco Central, Henrique Meirelles, terão pela frente essa decisão no CMN. A TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) é usada, por
exemplo, nos empréstimos concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), até a semana passada presidido por Mantega.
"Eu sou favorável à redução das
taxas de juros, acho que no Brasil
isso sempre foi unânime. Nós vamos discutir tecnicamente quais
as condições em que vamos trabalhar", disse Bernardo, que afirmou não ter conversado com
Mantega e Meirelles sobre o tema.
Antes de ser ministro, Mantega
vinha defendendo redução maior
da TJLP, atualmente em 9% ao
ano. Agora que virou ministro, dá
sinais de recuo sobre o tamanho
da redução. Bernardo deu explicação para isso usando uma metáfora futebolística.
"Ele [Mantega] não é mais o
presidente do BNDES, ele é ministro da Fazenda. É como um jogador do Galo [Atlético-MG] que
vai jogar no Flamengo e certamente vai ter de fazer gol do outro
lado. Ele vai defender a posição do
Ministério da Fazenda."
O ministro disse que não tem
lembranças sobre decisão envolvendo redução da TJLP que não
fosse por consenso. Disse que a
opinião do ministro da Fazenda
nesse debate tem "peso imenso" e
que Mantega é "respeitado".
"O Guido já disse que ele muda
de lugar, mas não muda de opinião. Mas não é só uma questão
de opinião acadêmica, uma opinião pessoal. Nós vamos fazer
uma discussão sobre o impacto, a
conveniência, o momento. Eu,
por exemplo, não tenho problema nenhum em discutir isso. Nós
fizemos uma redução importante
da TJLP em dezembro, não tem
problema nenhum", afirmou.
Questionado se pode haver uma
queda drástica na TJLP, Bernardo
disse: "Não aposto em nada drástico. Eu aposto em coisas viáveis".
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