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TRABALHO
Taxa de março é a segunda pior da série histórica do IBGE; número de pessoas que procuram emprego cresce 13%
Desemprego de 8,2% é o maior desde 84
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
O desemprego disparou no mês
passado e atingiu 8,18% da força
de trabalho -o nível mais elevado
desde o final do período militar.
O resultado, divulgado ontem,
dará munição extra aos sindicatos, que já haviam escolhido o desemprego como tema principal do
Dia do Trabalho, que será comemorado amanhã.
A taxa, medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é a mais alta desde maio de
1984 e a segunda maior da série
histórica, iniciada em 1982.
Em fevereiro, a taxa média das
seis regiões metropolitanas pesquisadas havia sido de 7,42% da
População Economicamente Ativa, mais conhecida por PEA.
Neste mês, o índice não ter variado muito, estima Shyrlene Ramos de Souza, chefe da Equipe de
Análise de Conjuntura do IBGE.
De acordo com o IBGE, havia em
março 1.449.410 pessoas acima de
15 anos procurando trabalho na
última semana de referência para
a pesquisa. Do total, 694.183 estavam em São Paulo.
A região metropolitana de São
Paulo vem batendo um recorde
atrás do outro desde o início do
ano. O índice de março foi de
8,97% -o maior da série paulista.
Tinha sido de 8,51%, em janeiro, e
de 8,78%, em fevereiro.
Salvador também registrou sua
pior taxa, que superou a das outras cinco regiões: 9,94%.
O Rio teve o menor índice,
6,32%. Mas o número de desocupados no Rio cresceu tanto em relação a fevereiro (27,32%) como
em relação a março de 97 (67,32%
-a maior variação do país). A alta
da média nacional, se comparada
a março do ano passado, foi de
39,54%.
Ampliando o tempo de referência da pesquisa do IBGE para 30
dias, a taxa de desemprego sobe de
8,18% para 8,93%.
Pesou na alta da taxa de desemprego o aumento de 2,6% da PEA
-cerca de 450 mil pessoas ingressaram no mercado-, de fevereiro
para março.
A PEA subiu porque cresceu o
contingente de pessoas em busca
de trabalho (13,1%) e o de pessoas
ocupadas (1,8%), os dois grupos
que a compõem.
Hoje, 17.714.478 de pessoas formam a PEA das seis regiões.
Das quase 1,5 milhão de pessoas
que procuraram emprego em
março, mais de 140 mil o fizeram
pela primeira vez (25% a mais que
fevereiro), o que é considerado
um movimento típico dessa época
do ano, segundo o IBGE.
O Rio teve a pior queda de ocupação na indústria. O IBGE calcula
que 36 mil pessoas tenham deixado o setor, de um mês para outro.
A taxa média de desemprego
cresceu em todos os setores de atividade, informa o IBGE.
O destaque ficou com construção civil, cujo indicador passou de
6,34% para 9,27%, março contra
março, apesar de ainda não ser o
pior da série.
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