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LEGISLAÇÃO
Comissão
aprova FGTS
de doméstico
da Sucursal de Brasília
A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados determinou
ontem, por meio da aprovação de
um substitutivo a projeto de lei,
que seja estendido aos trabalhadores domésticos o direito ao FGTS
(Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço) e ao seguro-desemprego.
O texto terá de ser submetido
ainda à Comissão de Seguridade
Social e à Comissão de Constituição e Justiça para finalmente ir a
plenário.
Ontem, em Brasília, a aprovação
do texto por unanimidade na comissão foi comemorada pelas representantes da categoria vindas
de diversos Estados do país.
A estimativa do Conselho Nacional dos Trabalhadores Domésticos é que a categoria seja composta de 4,5 milhões de pessoas.
"É a coroação de uma luta de 30
anos por esses direitos. Se todos os
trabalhadores os têm, por que não
as empregadas?", disse Odete da
Conceição, 67, líder de associação
de empregadas domésticas do RJ.
No relatório sobre o substitutivo, o deputado Luciano Castro
(PSDB-RR) diz que a norma do
FGTS e seguro-desemprego pode
se voltar contra os empregados a
quem pretende beneficiar.
"Pode acontecer de os níveis salariais vigentes no mercado se reduzirem de tal modo que o benefício se anule", disse o relator no
texto.
Após a aprovação do substitutivo, o deputado mudou de tom. "É
criado um novo ônus, sem dúvida,
mas a alíquota do FGTS ainda deverá ser estipulada e regulamentada à parte. Eu defendo que seja de
2%, mas, mesmo que seja a máxima, de 8%, representa somente
um pouco mais por mês", disse à
Folha.
O FGTS é um direito que já existe
para os trabalhadores assalariados. O empregador recolhe 8% da
remuneração paga ou devida no
mês anterior. Em relação ao seguro-desemprego, se o empregador
não tem fins lucrativos, recolhe
para o Fundo de Amparo ao Trabalhador o equivalente a 1% da remuneração de seus empregados.
No caso das empregadas domésticas, o valor da alíquota do FGTS
ainda será definido.
Caso o valor seja o máximo, 8%,
o patrão de uma empregada doméstica que ganha R$ 150 mensais
terá de depositar em banco R$ 12
por mês. Essa quantia não pode
ser descontada dos R$ 150.
A presidente do sindicato que
reúne os empregadores, Margareth Galvão Carbinato, afirmou
em São Paulo que, caso o projeto
se torne lei, "o pagamento do
FGTS será uma carga muito alta
para os patrões que pertencem à
classe média".
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