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PLANOS DE SAÚDE
Para o ministro, medida provisória seria editada após votação do projeto que regulamenta o assunto
Serra diz que MP pode ampliar garantias
da Sucursal de Brasília
O ministro José Serra (Saúde)
disse ontem que o governo poderá
editar uma medida provisória,
após a votação do projeto que regulamenta os planos e seguro-saúde, para ampliar garantias de atendimento aos usuários dos serviços
de medicina privada existentes no
país.
Serra disse que é preciso impedir, por exemplo, que a operadora
de plano ou seguro suspenda o
tratamento de um doente enquanto estiver em discussão se a doença
foi contraída antes da adesão ao
plano (doença preexistente).
De acordo com o ministro, essa
proibição não está clara no projeto
aprovado pela Câmara Federal, no
ano passado, e que será votado na
próxima semana pelo Senado, que
não pode modificá-lo, mas apenas
suprimir artigos.
Serra defendeu a aprovação do
texto já votado pela Câmara em
depoimento na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. A comissão vota o projeto na próxima
quarta-feira, dia 6 de maio.
Transplantes
O ministro propõe ainda a criação de um Conselho Nacional de
Saúde Complementar, coordenado pelo Ministério da Saúde, para
fiscalizar a aplicação da nova lei
em todo o país.
Pela sua proposta, a Susep (Superintendência de Seguros Privados), que concentraria a fiscalização do setor, seria apenas um dos
membros integrantes do conselho.
O ministro disse ainda que é preciso fazer uma distinção, no texto
da lei, sobre que medicamentos
devem ser fornecidos aos pacientes em nível ambulatorial (que requerem cuidados médicos mas
não necessitam de internação hospitalar).
Serra admitiu também incluir alguns tipos de transplantes na definição do chamado plano referência (usado para avaliar a capacidade de prestação de serviços ou cobertura de despesas de determinado seguro ou plano de saúde).
Ele não adiantou, porém, que tipos de transplantes devem ser incluídos no plano referência. Outra
proposta do ministro é proibir,
em texto mais claro do que o do
projeto aprovado pela Câmara,
quaisquer limites para internações
de pacientes.
Acordo
O projeto que está no Senado
apenas garante a permanência do
paciente no hospital por tempo ilimitado, de acordo com a opinião
de seu médico, mas não proíbe,
por exemplo, que sejam impostos
limites no número de internações
ou de custos.
O relator do projeto no Senado,
Sebastião Rocha (PDT-AP), propôs a Serra um acordo para aprovar a regulamentação dos planos e
seguros.
Ele sugeriu a Serra a supressão
de quatro pontos do texto aprovado pela Câmara que dariam mais
garantias de atendimento aos
usuários dos planos ou seguros.
Sua principal proposta é garantir
a cobertura integral para os chamados "procedimentos de alta
complexidade" (cirurgias cardíacas, por exemplo) nos planos de
atendimento hospitalar.
Quer ainda proibir reajustes de
mensalidades após o usuário completar 60 anos, mesmo que este
não tenha dez anos de contribuição ao plano ou seguro.
Fim da carência
Rocha defende ainda o fim da
carência de três dias, após adesão
ao plano, para o atendimento de
urgências.
Por último, Rocha quer incluir
no plano de referência das empresas a obrigatoriedade de colocação
de próteses e a garantia da realização de transplantes de órgãos.
Segundo Rocha, essas quatro
modificações, feitas por meio de
supressões de trechos do projeto
aprovado pela Câmara, dariam
mais "equilíbrio" entre as propostas das empresas de planos e
seguros e as reivindicações das associações de usuários do atendimento médico-hospitalar privado.
Inicialmente, o senador propunha a supressão de 26 trechos do
projeto, o que garantiria aos usuários dos planos e seguros praticamente todos os tipos de atendimento, com algumas exceções,
como a cobertura de cirurgias estéticas.
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