São Paulo, quinta, 30 de abril de 1998

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Para empresas, modificações elevam custos

ARTHUR PEREIRA FILHO
da Reportagem Local

As modificações propostas para o projeto de lei que regulamenta os planos de saúde vão "aumentar violentamente" os custos das empresas do setor.
A avaliação é de Arlindo de Almeida, presidente da Abramge, a associação que representa as empresas de medicina de grupo. A entidade é contra as alterações.
Para Almeida, o projeto -que aguarda votação no Senado- deve ser aprovado sem mudanças.
"O projeto já foi muito discutido. Ele é aceitável, embora exija um grande esforço de adaptação das empresas", diz.
O presidente da Abramge critica todos os pontos de negociação com o governo apresentados pelo relator do projeto, senador Sebastião Rocha (PDT-AM). "Se essas propostas forem aprovadas, os custos vão aumentar e as empresas terão argumentos para justificar elevação de preços", afirma Almeida.
A inclusão dos transplantes de órgãos -sem exceções- nos planos de referência pode provocar o "fechamento das empresas menores" e "uma pressão de custos tão grande que pode afastar os clientes por falta de condições de pagamento", afirma Almeida.
Evitar fraudes
Segundo o presidente da Abramge, os planos de saúde estabelecem prazo de carência de três dias para o atendimento de urgências para evitar "fraudes" contra as empresas. "Se essa carência for extinta, muita gente vai querer vender plano de saúde na UTI."
A Abramge, diz Almeida, não é contra a criação de novas regras para os planos de saúde, mas quer primeiro que o projeto atual vire lei e seja aplicado. "É preciso ver como funciona, para saber quais são as modificações necessárias."
A entidade não se opõe à proposta do ministro José Serra (Saúde) de colocar o Conselho Nacional de Saúde Suplementar, a ser criado, sob a coordenação do Ministério da Saúde.
Apesar disso, as empresas de medicina de grupo avaliam que a Susep (Superintendência de Seguros Privados) deve ter uma participação ativa na fiscalização do setor. "O Ministério da Saúde não tem experiência suficiente na área", diz Almeida.



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