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CONJUNTURA
Entidade vê economia "andando de lado" e critica juros em 18,5%
Indústria de SP não cresce, diz Fiesp
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria paulista não cresceu
nada em abril em relação ao mesmo período de 2001. Em comparação a março, a expansão (de
0,5%) foi classificada como "fraca
e pouco consistente" pela Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que divulgou
ontem os dados do INA (Indicador do Nível de Atividade).
Para a entidade, a economia está "andando de lado". Há a expectativa de que esse clima de morosidade continue até o início de
2003 -a decisão de não reduzir
os juros adiou a recuperação para
o começo do próximo ano, diz a
Fiesp-, mas o país não está em
recessão econômica hoje.
Para que a indústria de São Paulo -dona de 28% do PIB (Produto Interno Bruto) do país -cresça os 2% previstos pela Fiesp neste ano, será preciso que o setor registre expansão acumulada de 4%
de maio a dezembro sobre igual
período de 2001. Só dessa forma
conseguirá reverter a queda apurada até agora -2,9% de janeiro a
abril- e atingir a meta.
"A elevação que tivemos em
abril em relação a março não é
uma tendência", diz Clarice Messer, diretora da entidade. Para ela,
não é possível dizer que "o pior já
passou", mas também seria exagerado afirmar que a indústria está "no fundo do poço".
Segundo técnicos da entidade, o
aumento de 0,5% em abril é consequência da evolução na produção de alguns poucos setores (como alimentos) e da elevação nas
vendas de itens (como têxteis e
plásticos) para a Copa do Mundo.
Além disso, ainda há outro fator a
ser considerado: o número de
dias úteis em cada mês.
"A indústria se expandiu também porque tivemos 22 dias úteis
em abril, contra 20 em março de
2001. Como tivemos mais dias,
pudemos crescer um pouco
mais", afirma Clarice.
Como reflexo desse cenário, alguns setores conseguiram manter
o nível de capacidade instalada
um pouco mais elevado do que no
ano passado. Seis setores da economia (como alimentos, têxtil,
mecânica e metalurgia) registraram queda na ociosidade. Cinco
registraram aumento e um setor
apresentou estabilidade.
Na média, o uso da capacidade
de produção das indústrias sofreu
ligeiro aumento, de 82,1 para 82,4.
O erro do BC
Para a Fiesp, o Banco Central
deu pouca atenção aos indicadores da indústria quando decidiu
manter os juros em 18,5% na semana passada. Se tivesse levado
os números em consideração, reduziria a taxa em, pelo menos,
0,25 ponto, diz a entidade.
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