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IGP-M recua 0,26% neste mês e
tem a 1ª deflação desde maio de 99
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) registrou deflação de 0,26% neste mês, segundo
a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Foi a primeira vez que o indicador apontou uma taxa negativa desde maio de 1999, quando
houve queda de 0,29%. Em abril,
o índice tivera alta de 0,92%.
Três foram os motivos para a
queda, concentrada nos preços
no atacado: o período de pico da
safra agrícola, a queda do dólar de
abril para maio e a redução dos
preços dos combustíveis.
O IPA (Índice de Preços por
Atacado), que corresponde a 60%
do índice, teve deflação de 1,11%
-a maior desde setembro de
1995 (-1,58%). Em abril, havia subido 0,80%.
Para Salomão Quadros, economista da FGV, a redução dos preços no IPA foi generalizada, atingindo tanto os produtos industriais -beneficiados pela redução do dólar e dos combustíveis- como os agropecuários
-cujos efeitos positivos vieram
do câmbio e da safra.
Já no IPC (Índice de Preço ao
Consumidor), a "inércia inflacionária" continua, disse Quadros.
"Os preços estão caindo num ritmo muito menor do que o esperado." O IPC ficou em 0,83% -menor do que o 1,28% de abril.
Segundo o economista Luiz
Afonso Lima, do BBV, a deflação
deste mês não deve se repetir nos
próximos. É que o dólar já não está caindo com a mesma intensidade e os preços agrícolas tendem
a se estabilizar.
Lima afirmou que, apesar da
fraca atividade econômica, a deflação registrada pelo IGP-M não
é reflexo direto de uma redução
drástica da demanda. Prova disso,
é que muitos bens de consumo estão ainda em alta, disse ele.
No atacado, os combustíveis recuaram 4,83%. Os itens agrícolas
apresentaram deflação de 2,94%.
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