São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAIBA MAIS

Economista chamou equipe do Fundo de "terceira categoria"

DA REDAÇÃO

Joseph Eugene Stiglitz, um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Economia do ano passado, já foi economista-chefe do Bird (Banco Mundial), instituição que, junto com o FMI (Fundo Monetário Internacional), ditou as regras de abertura comercial de vários países durante a década passada.
Mas, justamente por discordar do modelo de liberalização implantando, o economista deixou o Bird em 1999. Stiglitz criticou a ortodoxia dos colegas dos organismos multilaterais e do governo dos EUA, especialmente durante a crise asiática (97 e 98).
Stiglitz chegou a dizer que os economistas do Fundo eram "estudantes de terceira categoria de escolas de primeira categoria". Disse ainda que os modelos do FMI são "frequentemente ultrapassados".
O economista, que tinha sido o chefe dos conselheiros econômicos do ex-presidente dos EUA Bill Clinton, voltou para a academia, desiludido com o meio político. Hoje dá aulas na Universidade Columbia, em Nova York.
Em uma entrevista ao jornal francês "Le Monde", no ano passado, disse: "A liberalização comercial foi planejada pelos países ocidentais para os países ocidentais, dando muito pouca atenção a suas consequências sobre os demais países".
Em relação ao colapso argentino, disse que o FMI se preocupou muito com o controle inflacionário e deixou de lado a "economia real". Segundo o economista, o câmbio fixo destruiu a competitividade comercial do país.
Stiglitz dividiu o Nobel com dois professores também norte-americanos, George Akerlof, da Universidade da Califórnia em Berkeley, e Michael Spence, de Stanford. Os três ganharam o prêmio por seus estudos sobre mercados com assimetria de informação.


Texto Anterior: Mercado em transe: Especulação traz crise ao Brasil, diz Stiglitz
Próximo Texto: Argentina não precisa do FMI, afirma economista
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.