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Juiz suspende
reajuste das
teles no Rio
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
A Justiça do Rio proibiu ontem
que as empresas de telefonia fixa
apliquem no Estado o reajuste de
até 41,7% em suas tarifas, autorizado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) na semana passada.
A decisão foi do juiz de plantão
do TJ (Tribunal de Justiça) Luiz
Felipe Francisco, que concedeu liminar pedida em ação impetrada
pelo secretário estadual de Justiça,
Sérgio Zveiter, e pelo Procon (órgão de defesa do consumidor).
As concessionárias que descumprirem a ordem judicial estarão sujeitas a multas diárias de R$
1 milhão e poderão responder por
crime de desobediência.
Em sua decisão, o juiz considera
"excessivo" o aumento autorizado pela Anatel. Segundo ele, o reajuste "transcende a percentualidade dos demais reajustes, que
vêm sendo impostos sucessivamente aos usuários".
O juiz Francisco lamentou a falta de um "exame (por parte do
governo) mais percuciente [profundo]" da matéria. A Anatel argumenta que o reajuste pela inflação dos últimos 12 meses, medida
pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços -Disponibilidade Interna), da
Fundação Getúlio Vargas, está
previsto nos contratos de concessão do serviço.
No Rio, as tarifas da Telemar,
principal empresa de telefonia fixa, sofrerão aumento de 25% para
a assinatura residencial e o pulso,
e de 41,7% para a habilitação e a
assinatura não-residencial.
A ação impetrada por Zveiter e
pelo Procon se baseia nos contratos firmados entre as operadoras
e os consumidores, e não nos contratos de concessão firmados entre a União e as empresas de telefonia. É citado o Código de Defesa
do Consumidor como argumento
de defesa.
O artigo 16 do Código do Consumidor, reproduzido na ação,
afirma que é direito do consumidor a modificação das cláusulas
contratuais que "estabeleçam
prestações desproporcionais" ou
"excessivamente onerosas".
Segundo Zveiter, o consumidor
está em posição de desvantagem e
não pode ficar "à mercê de reajustes unilaterais e abusivos". "Os
reajustes de até 41,7% nas tarifas
de telefonia provocaram um inconformismo de toda a sociedade", disse o secretário.
A Folha não conseguiu localizar
ontem os assessores de imprensa
da Telemar para que comentassem a decisão judicial.
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