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MERCADO FINANCEIRO
Sem grandes indicadores programados para esta semana, temas políticos terão mais influência
Reforma e reajuste das teles dominam cena
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O cenário político, a conclusão
da rolagem de dívida cambial e os
anúncios de novas captações no
exterior podem concentrar as
atenções de investidores.
Depois da concentração de índices de preços divulgados na semana passada e na ausência de
dados econômicos importantes
para sair, inflação e juros saem
um pouco de cena.
O destaque fica para o encaminhamento da reforma da Previdência e dos reajustes das tarifas
de telefonia.
Investidores aproveitaram as
notícias da semana passada para
realizar lucros.
A alteração das metas de inflação pelo Conselho Monetário Nacional, políticas de incentivo ao
microcrédito, por meio de uma
nova subsidiária do Banco do
Brasil e de parcela de depósitos
compulsórios e a discussão em
torno de reajustes para a telefonia
foram usadas como desculpa para
embolsar os ganhos recentes.
Os C-Bonds, papéis mais negociados da dívida brasileira no exterior recuaram 1,27%, na sexta-feira. Na semana passada, a queda
foi de 2%.
A Bolsa de Valores de São Paulo
também recuou. Caiu 0,66% na
sexta-feira passada e já perde
2,96% no mês de junho. No ano,
subiu 15,68%.
Uma parcela de analistas afirma, entretanto, que o Conselho
Monetário Nacional poderia ter
ido além na flexibilização das metas de inflação para 2004 e 2005.
"As metas poderiam ter sido
menos conservadoras. O objetivo
teria que ser claro: mirar no centro da meta", diz Pedro Thomazoni, diretor de tesouraria do
Lloyds TSB.
"Não daria para ser mais em
2004", discorda Jorge Simino, diretor do Unibanco Asset Management. ""É temeroso que a inflação
se aproxime de dois dígitos por
causa da indexação."
"Mas a de 2005 é muito baixa,
inclusive se compararmos com
Itália e Espanha. Nos Estados
Unidos, a inflação em 2000 foi de
3,5%", disse Simino.
As metas de inflação definidas
pelo BC para 2004 e 2005 são, respectivamente, de 5,5% e 4,5%
-com tolerância de até 2,5 pontos percentuais. Na sexta, o presidente do BC, Henrique Meirelles,
disse temer que o impacto provocado pelo aumento das tarifas telefônicas prolongue a inércia inflacionária -o que comprometeria, o ritmo de queda dos juros.
Câmbio
O Banco Central renovou aproximadamente 65% da parcela da
dívida que vence amanhã. Esse
percentual é inferior aos 90% da
última rolagem. O mercado esperava renovação de cerca de 85%.
O BC ainda pode rolar mais um
pouco hoje, segundo analistas.
A redução da oferta de hedge no
mercado através dessa operação
não pressionou muito o câmbio
graças ao anúncio de duas novas
captações de empresas brasileiras
(Petrobras e Banco do Brasil)
Agenda
O Banco Central divulga hoje o
Relatório de Inflação do segundo
trimestre, que deverá projetar inflação de 2003 e de 2004. A pesquisa de emprego e desemprego
de maio, da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), que também sai hoje, deverá
apontar continuidade da queda
da renda real.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, relativo a junho, será conhecido na quinta-feira e deverá indicar continuidade da desaceleração de preços de
alimentos. Analistas esperam de
0% a 0,15%, contra anterior de
0,31%. Nos Estados Unidos, a expectativa de analistas é que os indicadores econômicos a serem divulgados nesta semana venham
mais positivos em relação à retomada da economia do país.
O NAPM (índice dos gerentes
de compras de Chicago) deve subir para 53 pontos em junho, contra resultado prévio de 52,2 pontos em maio.
O ISM (do setor manufatureiro)
deve atingir 50,5 pontos este mês,
contra anterior de 49,4 pontos.
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