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São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Sem grandes indicadores programados para esta semana, temas políticos terão mais influência

Reforma e reajuste das teles dominam cena

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O cenário político, a conclusão da rolagem de dívida cambial e os anúncios de novas captações no exterior podem concentrar as atenções de investidores.
Depois da concentração de índices de preços divulgados na semana passada e na ausência de dados econômicos importantes para sair, inflação e juros saem um pouco de cena.
O destaque fica para o encaminhamento da reforma da Previdência e dos reajustes das tarifas de telefonia.
Investidores aproveitaram as notícias da semana passada para realizar lucros.
A alteração das metas de inflação pelo Conselho Monetário Nacional, políticas de incentivo ao microcrédito, por meio de uma nova subsidiária do Banco do Brasil e de parcela de depósitos compulsórios e a discussão em torno de reajustes para a telefonia foram usadas como desculpa para embolsar os ganhos recentes.
Os C-Bonds, papéis mais negociados da dívida brasileira no exterior recuaram 1,27%, na sexta-feira. Na semana passada, a queda foi de 2%.
A Bolsa de Valores de São Paulo também recuou. Caiu 0,66% na sexta-feira passada e já perde 2,96% no mês de junho. No ano, subiu 15,68%.
Uma parcela de analistas afirma, entretanto, que o Conselho Monetário Nacional poderia ter ido além na flexibilização das metas de inflação para 2004 e 2005.
"As metas poderiam ter sido menos conservadoras. O objetivo teria que ser claro: mirar no centro da meta", diz Pedro Thomazoni, diretor de tesouraria do Lloyds TSB.
"Não daria para ser mais em 2004", discorda Jorge Simino, diretor do Unibanco Asset Management. ""É temeroso que a inflação se aproxime de dois dígitos por causa da indexação."
"Mas a de 2005 é muito baixa, inclusive se compararmos com Itália e Espanha. Nos Estados Unidos, a inflação em 2000 foi de 3,5%", disse Simino.
As metas de inflação definidas pelo BC para 2004 e 2005 são, respectivamente, de 5,5% e 4,5% -com tolerância de até 2,5 pontos percentuais. Na sexta, o presidente do BC, Henrique Meirelles, disse temer que o impacto provocado pelo aumento das tarifas telefônicas prolongue a inércia inflacionária -o que comprometeria, o ritmo de queda dos juros.

Câmbio
O Banco Central renovou aproximadamente 65% da parcela da dívida que vence amanhã. Esse percentual é inferior aos 90% da última rolagem. O mercado esperava renovação de cerca de 85%.
O BC ainda pode rolar mais um pouco hoje, segundo analistas.
A redução da oferta de hedge no mercado através dessa operação não pressionou muito o câmbio graças ao anúncio de duas novas captações de empresas brasileiras (Petrobras e Banco do Brasil)

Agenda
O Banco Central divulga hoje o Relatório de Inflação do segundo trimestre, que deverá projetar inflação de 2003 e de 2004. A pesquisa de emprego e desemprego de maio, da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), que também sai hoje, deverá apontar continuidade da queda da renda real.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, relativo a junho, será conhecido na quinta-feira e deverá indicar continuidade da desaceleração de preços de alimentos. Analistas esperam de 0% a 0,15%, contra anterior de 0,31%. Nos Estados Unidos, a expectativa de analistas é que os indicadores econômicos a serem divulgados nesta semana venham mais positivos em relação à retomada da economia do país.
O NAPM (índice dos gerentes de compras de Chicago) deve subir para 53 pontos em junho, contra resultado prévio de 52,2 pontos em maio.
O ISM (do setor manufatureiro) deve atingir 50,5 pontos este mês, contra anterior de 49,4 pontos.


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