São Paulo, Sexta-feira, 30 de Julho de 1999
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EFEITOS
Cerca de 80% do Estado amanheceu desabastecido ontem e situação deve melhorar apenas em 2 dias
RJ concentra falta de combustíveis

da Sucursal do Rio

< O Rio de Janeiro é o Estado com maiores problemas com a distribuição de combustíveis devido à greve encerrada ontem.
Em São Paulo, postos da capital chegaram a reduzir a cota de combustível a ser vendida, mas não chegou a haver desabastecimento generalizado. No interior, houve falta principalmente no Vale do Paraíba, mas a situação estava sendo normalizada na noite de ontem.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado do Rio, Ricardo Viana, disse ontem que, com o fim da greve dos caminhoneiros, o abastecimento no setor só começará a se normalizar em dois dias.
Ontem, segundo ele, pelo menos 80% dos postos do Estado do Rio de Janeiro (excluindo o município do Rio) amanheceram sem algum tipo de combustível.
Na capital, o presidente do sindicato carioca dos postos, Odilon Lacerda, avaliou em 25% o aumento de vendas na noite de anteontem, por causa da corrida aos postos de motoristas preocupados com o desabastecimento.
Em Jacarepaguá (zona oeste), houve falta generalizada de gasolina comum. Os postos que ainda dispunham do produto aumentaram os preços em média de R$ 0,95 o litro para R$ 1,25.
Na manhã de ontem, uma liminar da 3ª Vara Cível de Duque de Caxias (Baixada Fluminense) determinou que os caminhoneiros liberassem a entrada e saída dos veículos próprios das distribuidoras de combustíveis da Refinaria Duque de Caxias -se necessário, com uso da força policial.
A Polícia Militar do Rio optou pela negociação com os grevistas, e, no começo da tarde, foi anunciado um acordo que liberava 50% de todo o tráfego de caminhões-tanques, o que, na prática, significava a liberação dos veículos das empresas.
Naquele momento, o desabastecimento de óleo diesel começava a se generalizar nas empresas de ônibus da Baixada. A Viação União, de Duque de Caxias, retirou de circulação 55% da frota (110 carros) para poupar combustível.
"Aqui, todas as empresas estão com problema", disse Geraldo Pereira, gerente de Operações da empresa. No meio da tarde, a União recebeu uma carreta com 30 mil litros de diesel.
Empresas de transporte intermunicipal do Estado do Rio retiraram ontem de circulação, por falta de óleo diesel, 200 ônibus que faziam trajetos da Baixada Fluminense para o município do Rio.

SP
As distribuidoras de combustíveis da região de Campinas deixaram de transportar 132,2 milhões de litros de produtos derivados de petróleo nos três dias em que a Replan (Refinaria do Planalto), de Paulínia, foi atingida pelo bloqueio da SP-332.
No total, 69 milhões de litros de diesel, 27 milhões de litros de óleo combustível, 36,2 milhões de litros de gasolina e 482 mil botijões de gás de cozinha deixaram de ser entregues.
Na Revap (Refinaria Henrique Lage), em São José dos Campos, 80% dos produtos deixaram de ser distribuídos durante o movimento dos caminhoneiros.
Com o fim do protesto dos caminhoneiros, as distribuidoras da região de Campinas calculam que a quantidade estocada deve ser totalmente entregue aos postos hoje.
A Revap registrou no final da tarde de ontem uma pequena elevação no movimento de caminhões-tanque para serem abastecidos no local, mas não divulgou a quantidade de produtos que deixou de ser entregue durante a paralisação dos caminhoneiros.
Até então, a estimativa era que apenas cerca de 20% dos 400 veículos que normalmente se abastecem na refinaria por dia tenham sido atendidos.
Segundo a assessoria da Petrobras, não foram registrados problemas nas refinarias do país.


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