São Paulo, Sexta-feira, 30 de Julho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Greve e queda em NY afetam a Bovespa

da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo viveu um pregão de forte instabilidade ontem. Em queda desde o início do dia, que chegou a 3,23%, a Bovespa acabou tendo desempenho um pouco melhor na última hora de negócios e fechou com recuo de 1,14%.
Boa parte da queda pode ser creditada ao comportamento da Bolsa de Nova York.
A divulgação do aumento do custo dos empregados para as empresas norte-americanas deflagrou uma onda de pessimismo. O Departamento de Trabalho dos EUA apurou que, no segundo trimestre deste ano, os empregadores gastaram 1,1% a mais com seus empregados, em comparação com o trimestre anterior.
Isso significa que os empregados têm, entre outros benefícios, mais dinheiro no bolso para gastar. O problema no país é o aquecimento econômico em excesso. Para evitar uma pressão inflacionária, o Fed (banco central) sinalizou que pode promover um aumento na taxa de juros, tirando dinheiro de circulação.
O temor de que a elevação ocorra se espalhou pelo mercado acionário, fazendo a Bolsa nova-iorquina recuar até 2,3%. No final, a queda foi de 1,65%.
A Bovespa seguiu o ritmo. Nem a redução na taxa de juros, acima do esperado, melhorou o humor dos investidores. Para agravar, havia a preocupação com o futuro da greve dos caminhoneiros.
O anúncio do fim da greve ajudou a Bovespa a diminuir um pouco a queda. "Se a paralisação continuasse, haveria problemas de abastecimento e de falta de combustível", disse Charles Phillipp, da SLW Corretora.
"A greve atrapalhou os negócios porque acontece num momento difícil. Ela contribuiu bastante para o nervosismo do mercado", disse José Osvaldo Morales Jr., gerente da Novinvest.
Apesar de também ter tido influência externa, o mercado de câmbio apresentou oscilação menor. O dólar comercial registrou alta de 0,11%, fechando a R$ 1,793 para venda.
A perspectiva de entrada de R$ 1,239 bilhão (US$ 691,02 milhões), referente à compra da companhia Paranapanema, segurou a cotação da moeda.
(MARCELO DIEGO)


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