da Sucursal de Brasília

O embaixador da Argentina no Brasil, Jorge Hugo Herrera Vegas, classificou a crise das salvaguardas de controvérsia comercial ""normal" no processo de integração. Ele disse que, se for o caso, a Argentina acataria uma decisão do mecanismo de solução de controvérsias contrária às salvaguardas comerciais do país. Essa solução não é aceita pelo governo brasileiro, que reivindica a revogação imediata da medida.
""A análise que faço é que as controvérsias comerciais são assuntos e interesses de empresas, que o governo às vezes apóia. São acontecimentos normais no processo de integração, que têm modos de resolução previstos", afirmou Herrera Vegas.
O embaixador confirmou que a articulação para a visita de Menem não passou pela embaixada no Brasil. Ele disse que a visita é ""um contato de trabalho", e não um encontro protocolar.
Sobre as expectativas para o encontro, Herrera Vegas afirmou que o resultado é imprevisível. ""Podem haver surpresas."
O embaixador do Brasil na Argentina, Sebastião do Rego Barros, saiu de Buenos Aires para Brasília para acompanhar o encontro. O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Guido Di Tella, também chegou ontem para a reunião em Brasília.
Em entrevista à rádio Gaúcha, de Porto Alegre (RS), ontem, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, afirmou que as restrições da Argentina a produtos brasileiros podem levar ao "fim do Mercosul".
Ele disse que as salvaguardas certamente vão criar uma "espiral que vai levar à destruição completa do Mercosul".