São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2000


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ESTUDO
Segundo a Anabb, só dessa forma instituições terão maior rentabilidade
Bancos federais devem se expandir

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um estudo encomendado pela Anabb (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil) ao professor da USP, Alberto Borges Martins, conclui que os cinco bancos federais devem se expandir para terem maior rentabilidade e poderem aumentar os recursos destinados para políticas públicas.
Nesse cenário, porém, tanto a Caixa Econômica Federal quanto o Banco do Brasil precisariam de aportes de capital do Tesouro Nacional, que controla as duas instituições.
Martins, que é sócio da consultoria Austin Asis, disse que o relatório do consórcio Booz-Allen & Hamilton/Fipe -encomendado pelo governo sobre os bancos federais- não tem "sustentação científica".
O relatório, divulgado em junho, traça vários cenários para o futuro dos bancos federais (Caixa, BB, BNDES, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste), mas tem uma visão crítica sobre a ingerência governamental em bancos que precisam dar lucro para sobreviver. Uma das sugestões apontadas pelo relatório é a extinção desses bancos.

Despesas
Segundo Martins, o relatório afirma que as despesas (administrativas e de pessoal) dos bancos federais são maiores que as de um grupo com quatro bancos privados (Itaú, Bradesco, Real e Unibanco). "Mas o relatório calcula isso em relação aos resultados dos bancos e não em relação às suas receitas, como é o correto", disse.
Pelos cálculos do professor, as despesas dos bancos federais foram menores que as dos bancos privados entre 98 e 99.
O relatório da Booz-Allen também diz que os bancos federais poderão apresentar um prejuízo de R$ 1,3 bilhão entre 2003 e 2005. "O conceito de resultado operacional trabalhado pelo relatório não existe", disse Martins.
O governo gastou R$ 9 milhões com o relatório da Booz-Allen. A consultoria não retornou um contato feito pela Folha e o Ministério da Fazenda não quis comentar as críticas.
O governo ainda não tomou nenhuma decisão sobre o futuro dos bancos federais.


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