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INTEGRAÇÃO
Co-presidente americano do bloco ri de torta
EUA dizem que Alca é vantagem para o Brasil concorrer com a China
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
O co-presidente americano da
Alca (Área de Livre Comércio das
Américas), embaixador Peter Allgeier, disse ontem no Rio que
uma futura vantagem na concorrência com a China é um bom
motivo para o Brasil assinar o
acordo de livre comércio.
Segundo ele, a China, com
quem os EUA têm déficit comercial de US$ 100 bilhões, é um dos
concorrentes do Brasil na disputa
pelo mercado americano.
"Com a negociação da Alca, o
Brasil terá acesso preferencial aos
Estados Unidos. Isso é algo para o
qual também se deve olhar", afirmou Allgeier, dizendo que, se o
Brasil se sente preparado, deve
então competir com a China.
Allgeier passou os últimos dois
dias em reuniões no Rio com o
co-presidente brasileiro da Alca,
Adhemar Bahadian.
Questionado se esperava que a
eleição do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) provocasse
uma mudança na posição brasileira na Alca, Allgeier disse que estava acompanhando o assunto.
"O governo brasileiro vê a importância de expandir seu comércio, particularmente nas exportações. Esperamos que haja um entendimento de que, para abrir o
comércio para exportações, é preciso abrir para importações."
Exportação de açúcar
Anteontem, um ativista do movimento Confeiteiros sem Fronteiras atirou uma torta no rosto de
Allgeier durante uma entrevista
coletiva no Palácio Itamaraty
(centro). Um dia depois, Allgeier
riu do episódio, "uma maneira estranha de exportar açúcar", e disse entender que a Alca provoque
resistências em vários países.
"Esse é um tema controverso no
Brasil e também nos Estados Unidos. Há muitas pessoas nos EUA
que não estão convencidas de que
o que fizemos na Nafta (Área de
Livre Comércio da América do
Norte) não era a coisa certa. Em
todas as sociedades, há um debate
político vigoroso [sobre isso]."
Na 1ª Delegacia de Polícia, no
centro, o caso da torta atirada em
Allgeier foi registrado como injúria. O estudante Lucas Leitão Silveira foi liberado anteontem à
noite mesmo.
O Consulado dos Estados Unidos no Rio informou que, por intermédio do Itamaraty, Allgeier
foi indagado se gostaria de dar
queixa contra o estudante. Disse
que não. Mesmo assim, a delegacia enviará uma cópia do registro
ao consulado, indagando novamente sobre a queixa.
Um universitário integrante do
movimento Confeiteiros sem
Fronteiras, que pediu para ser
identificado apenas como Rafael,
disse que se surpreendeu com a
atitude do embaixador."Fiquei
surpreso. Achei que ia ser mais
complicado [na delegacia]."
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