São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

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CVM mantém decisão para oferta de ação da Arcelor

Papéis da brasileira sobem 3,61% com recomendação

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

As áreas técnicas da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) decidiram manter a recomendação de que a Mittal faça uma oferta pública de ações da Arcelor. Com a decisão, as ações da Arcelor subiram 3,61%, cotadas a R$ 37,31, em dia de baixa na Bovespa.
O recurso apresentado pela Mittal foi encaminhado ao colegiado da CVM. O relator da matéria será o diretor Wladimir Castelo Branco.
O relator vai analisar a documentação apresentada e elaborar o seu voto. Um colegiado formado por cinco integrantes da autarquia decide então se acompanha ou não o voto do relator.
Segundo Guilherme Marins, da corretora Ativa, a notícia trouxe efeito positivo para os papéis da siderúrgica. "As chances de não ocorrer uma oferta pública ficaram menores. Agora só falta uma instância na esfera administrativa, que é o colegiado", disse.
O custo adicional da realização da oferta pública é estimado em US$ 5 bilhões. O dono da Mittal, Lakshmi Mittal, esteve recentemente no Brasil. Ele evitou comentar se aceitaria realizar a oferta pública ou se pretende recorrer à Justiça caso perca a batalha na CVM.
O terceiro homem mais rico do mundo teve encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o presidente da CVM, Marcelo Trindade, e com o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Demian Fiocca.
A CVM avalia que houve mudança de controle e que a oferta da Mittal constitui uma aquisição. Dessa forma, a Mittal deve respeitar o princípio do "tag along", segundo o qual o direito do controlador se estende aos minoritários.
A Arcelor entende que a oferta constitui uma fusão e que não há obrigação de realizar oferta pública para compra dos papéis dos minoritários, que representam 34% do capital da Arcelor Brasil.
A Mittal Steel anunciou em junho a união com a Arcelor, segunda maior produtora de aço do mundo, após cinco meses de negociação. A Arcelor Brasil é resultado da união da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, da CST e da Vega do Sul.


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