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Em dia de recuperação, Bolsa de SP avança 2,11%
Sem notícias negativas, investidores voltam a comprar ações; dólar recua 1,75%
Divulgação de carta de Bernanke dizendo que Fed está "pronto para agir" na crise, se necessário, dá força aos mercados; NY sobe 1,9%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após as perdas de terça-feira,
ontem foi dia de as Bolsas de
Valores se recuperarem. Apenas o mercado asiático terminou no vermelho. A Bovespa
operou em alta durante todo o
pregão e terminou com ganhos
de 2,11%. A Bolsa de Nova York
teve valorização de 1,90%.
O dólar se depreciou diante
do real: com queda de 1,75%, a
moeda americana encerrou
vendida a R$ 1,967.
Com novas indicações do
Fed (o banco central dos EUA)
de que está "pronto para agir"
na crise se necessário e a ausência de notícias que alimentem
os temores em relação à extensão dos problemas no mercado
de crédito habitacional nos
EUA, a ordem foi comprar
ações. Títulos da dívida externa
de emergentes também foram
alvo de procura mais forte, o
que derrubou seus indicadores
de risco. O risco-país brasileiro
caiu 3,38%, para 200 pontos.
Quando os investidores vendem papéis da dívida, o risco-país -que é calculado a partir
de uma cesta de títulos- se eleva. Nos períodos de maior compra, o risco recua.
Ter um risco menor significa
que o país carrega menos riscos
de dar calote em sua dívida.
No mercado acionário europeu, houve altas nas principais
praças financeiras. A Bolsa de
Londres subiu 0,49%; Madri se
apreciou 0,42%; e Frankfurt teve alta de 0,12%.
Como qualquer informação
econômica mal recebida tem
derrubado os mercados, amanhã pode ser um dia especialmente crítico.
Ben Bernanke, o poderoso
presidente do Fed, irá fazer
amanhã um discurso no qual
abordará os problemas do setor
imobiliário do país. Outro ponto importante no dia será a
apresentação do resultado do
PCE (índice de gastos pessoais
dos americanos, na sigla em inglês), que é o indicador de inflação favorito da autoridade monetária americana.
Ontem foi divulgada carta de
Bernanke ao senador democrata Charles Schumer em que diz
que o Fed está pronto para
atuar e evitar que a crise hipotecária prejudique a economia
norte-americana.
Dentro de sua política de
atuação no mercado neste momento de crise, o Fed injetou
mais US$ 5,25 bilhões no sistema bancário dos Estados Unidos ontem, como forma de elevar a liquidez e conter a pressão
sobre as taxas de juros.
André Segadilha, gerente de
análise da Prosper Corretora,
afirma que "sem dados relevantes previstos na agenda econômica", os pregões tendiam
mesmo a ser melhores ontem
do que na terça-feira. "Mas a indefinição de curto prazo para
os preços dos ativos de risco se
mantém", afirma.
Recuperação
O desempenho das ações da
Vale do Rio Doce foi fundamental para o resultado positivo da Bolsa de Valores de São
Paulo ontem. A ação preferencial "A" da companhia se valorizou 4,14%, recuperando as perdas do pregão anterior. Seu papel ordinário subiu 3,64%.
A ação PNA da Vale foi a mais
girada no pregão (quase 8.000
negócios), com participação de
14% nas operações totais realizadas ontem.
Já o papel que tem maior peso na composição do índice
Ibovespa -que reúne as 60
ações mais negociadas da Bolsa-, o preferencial da Petrobras, teve alta de 2,16%.
Desde o começo da turbulência no mercado financeiro, na
última semana de julho, a Bovespa acumula desvalorização
de 9,14%. Considerando seu desempenho anual, a Bolsa paulista tem ganhos de 18,57%, batendo o resultado de outras
aplicações, como a renda fixa,
que tem rentabilidade média
de 8% em 2007.
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