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Chance de calote brasileiro por ora é baixa, diz diretor da Merrill Lynch
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O diretor para mercados emergentes da América Latina na Merrill Lynch, Tulio Vera, avalia que o
risco de ocorrer um calote da dívida interna brasileira é baixo. Mas
entende que a situação da dívida
externa "é um pouco mais complicada".
Em sua opinião, caso o candidato petista à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, vença a eleição e
demore a apresentar medidas na
área econômica, a probabilidade
de calote aumenta.
"Acho que depois de algum
tempo pode haver uma situação
em que se torne difícil administrar a dívida externa. Ainda não
vejo uma probabilidade alta de
um calote externo, mas acho que
há alguma chance disto ao longo
dos próximos 18 meses."
Para ele, a baixa probabilidade
de calote interno se deve ao fato
de a maior parte da dívida interna
estar nas mãos de fundos de pensão, fundos mútuos e bancos nacionais ou instalados no país.
"Não é fácil reestruturar a dívida
no Brasil, e, além disso, acho que
também há a experiência com o
[presidente Fernando" Collor, do
congelamento dos depósitos. Então, acho que não seria uma probabilidade alta."
Em sua opinião, um aspecto determinante para o que pode acontecer com a dívida externa brasileira é o cenário econômico internacional. "Uma coisa é como o
mundo estará logo depois das
eleições. É um mundo mais benigno ou é um mundo com muito
estresse? Isso é muito importante.
Em um cenário de estresse, o Lula
terá muitas dificuldades nos primeiros meses. Mas, se for um cenário mundial mais benigno, será
mais fácil."
Na semana passada, a Merrill
Lynch rebaixou sua recomendação de compra dos títulos brasileiros. Vera justificou sua decisão
por conta dessas incertezas no cenário político.
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