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São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2003

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ANO DO DRAGÃO

Taxa havia sido de 0,38% em agosto; para FGV, alta é pontual

IGP-M sobe para 1,18% em setembro

DA SUCURSAL DO RIO

A inflação medida pelo IGP-M (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou forte aceleração em setembro: passou de 0,38% em agosto para 1,18%, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas. Mas, para a FGV, a alta -de 0,8 ponto percentual- é pontual e foi causada principalmente por causa da entressafra de produtos agrícolas.
"É um aumento sazonal, que não deve se sustentar por muito tempo. Alguns produtos já começam a desacelerar em índices mais recentes. Mesmo os produtos agrícolas estão dando sinais de que já chegaram ao seu pico e não devem continuar subindo", disse Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da FGV.
No ano, o IGP-M acumula alta de 7,11%.
Dos preços que compõem o IGP-M, os maiores reajustes e os aumentos de maior impacto ocorreram nos preços ao produtor. O IPA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o de maior peso (60%), teve alta de 1,54%, contra 0,19% em agosto. Já o IPC passou de 0,20% em agosto para 0,63% em setembro, o que indica que já está ocorrendo o repasse das altas no atacado. O INCC ficou em 0,24%.
No caso do IPA, o que mais pesou foram os reajustes de frutas e legumes, cereais e grãos e animais e derivados. Só o tomate teve alta de 24,84% -havia tido retração no mês anterior de 22,87%. O milho aumentou 12,27%.
Em decorrência da quebra de safra nos EUA, o maior produtor do mundo, a soja registrou alta de 9,07%, ante uma queda de 4,67% em agosto. Os produtos agrícolas, na média, avançaram 4,42% em setembro, ante 0,25% em agosto.
Segundo Quadros, a entressafra neste ano veio tardiamente -o habitual é julho ou agosto-, mas nem por isso deve ser prolongada. Na visão dele, o que sustenta sua previsão é o fato de a demanda ainda estar "muito fraca".
No varejo, três grupos foram os responsáveis pela pressão inflacionária. São eles: habitação (que inclui as tarifas públicas), transportes e alimentação.
Como reflexo dos reajustes no atacado, o grupo alimentação teve alta de 0,54%.
Mas o que mais contribuiu para a aceleração do IPC foi o álcool combustível e sua influência na gasolina -que tem 25% de álcool em sua composição. Nas bombas, o álcool teve aumento de 2,17%, e a gasolina, de 1,44%, sendo a terceira maior contribuição individual para o IPC.


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