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ANO DO DRAGÃO
Taxa havia sido de 0,38% em agosto; para FGV, alta é pontual
IGP-M sobe para 1,18% em setembro
DA SUCURSAL DO RIO
A inflação medida pelo IGP-M
(Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) registrou forte aceleração
em setembro: passou de 0,38%
em agosto para 1,18%, informou
ontem a Fundação Getúlio Vargas. Mas, para a FGV, a alta -de
0,8 ponto percentual- é pontual
e foi causada principalmente por
causa da entressafra de produtos
agrícolas.
"É um aumento sazonal, que
não deve se sustentar por muito
tempo. Alguns produtos já começam a desacelerar em índices
mais recentes. Mesmo os produtos agrícolas estão dando sinais de
que já chegaram ao seu pico e não
devem continuar subindo", disse
Salomão Quadros, coordenador
de análises econômicas da FGV.
No ano, o IGP-M acumula alta
de 7,11%.
Dos preços que compõem o
IGP-M, os maiores reajustes e os
aumentos de maior impacto
ocorreram nos preços ao produtor. O IPA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo), o de maior
peso (60%), teve alta de 1,54%,
contra 0,19% em agosto. Já o IPC
passou de 0,20% em agosto para
0,63% em setembro, o que indica
que já está ocorrendo o repasse
das altas no atacado. O INCC ficou em 0,24%.
No caso do IPA, o que mais pesou foram os reajustes de frutas e
legumes, cereais e grãos e animais
e derivados. Só o tomate teve alta
de 24,84% -havia tido retração
no mês anterior de 22,87%. O milho aumentou 12,27%.
Em decorrência da quebra de
safra nos EUA, o maior produtor
do mundo, a soja registrou alta de
9,07%, ante uma queda de 4,67%
em agosto. Os produtos agrícolas,
na média, avançaram 4,42% em
setembro, ante 0,25% em agosto.
Segundo Quadros, a entressafra
neste ano veio tardiamente -o
habitual é julho ou agosto-, mas
nem por isso deve ser prolongada.
Na visão dele, o que sustenta sua
previsão é o fato de a demanda
ainda estar "muito fraca".
No varejo, três grupos foram os
responsáveis pela pressão inflacionária. São eles: habitação (que
inclui as tarifas públicas), transportes e alimentação.
Como reflexo dos reajustes no
atacado, o grupo alimentação teve
alta de 0,54%.
Mas o que mais contribuiu para
a aceleração do IPC foi o álcool
combustível e sua influência na
gasolina -que tem 25% de álcool
em sua composição. Nas bombas,
o álcool teve aumento de 2,17%, e
a gasolina, de 1,44%, sendo a terceira maior contribuição individual para o IPC.
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