RAFAEL CARIELLO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, afirmou ontem no Rio que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva adota "um projeto totalmente independente do Fundo Monetário Internacional".
"Não temos nenhum condicionante do Fundo em relação ao nosso futuro. Se fizermos uma renovação do acordo será para aumentar nossas reservas", disse Mantega, em seminário na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), parte do ciclo "Brasil em Desenvolvimento".
O ministro disse que as políticas de restrição monetária e fiscal, vistas como continuidade da ortodoxia do governo FHC, foram adotadas por decisão do atual governo, "independentemente do FMI". "As políticas fiscal e monetária são de nossa autoria."
Na sua apresentação sobre o PPA (Plano Plurianual), o ministro procurou defender o governo Lula das acusações de continuísmo. Além das declarações sobre o FMI, Mantega disse que o PPA representa uma "maior ação explícita do Estado em relação ao governo anterior".
Em referência ao FMI e ao governo FHC, Mantega disse que "um ano, dois anos atrás, quando o Brasil estava com a corda no pescoço, era essencial vermos o que o FMI pensava", afirmando que agora um acordo com o Fundo "não interfere em nada no projeto de desenvolvimento que estamos praticando no Brasil".
O governo Lula estuda a possibilidade de renovação do acordo com o Fundo. O presidente disse em Nova York, na última quinta-feira, que o país não tem necessidade de renová-lo: "Não precisamos mais negociar com uma espada na cabeça".


Texto Anterior: Mercado reduz projeção do PIB pela 8ª semana
Próximo Texto: Fiscalização: Cade quer poder para julgar fusões de bancos
Índice