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TRANSIÇÃO
Kodak e Fuji direcionam investimentos para área de impressão de imagem
Na era digital, gigantes da
foto mudam ação no Brasil
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Sofrendo diretamente os efeitos
do crescimento da tecnologia digital na fotografia, duas gigantes
do setor, Kodak e Fuji, começam
a implementar mudanças profundas em suas estruturas e estratégias no Brasil com o objetivo de
manter a liderança num mercado
cada vez mais disputado.
Depois de um século apostando
na venda de filmes fotográficos, as
duas multinacionais começam a
direcionar seus investimentos
principalmente para o setor de
impressão de imagens.
E, para garantir competitividade, anunciaram a redução de custos com o fechamento de suas fábricas em São Paulo e a concentração da produção na Zona
Franca de Manaus (AM).
No final de dezembro, a Kodak
concluirá a desativação de sua fábrica em São José dos Campos (91
km de São Paulo). O fechamento
da unidade, inaugurada em 1972,
implicará a demissão de 650 funcionários. Até março de 2006, a
Fuji encerrará a produção na vizinha Caçapava (112 km de São
Paulo), iniciada em 1973. Cerca de
200 vagas serão eliminadas.
As duas empresas apontam que
o avanço das câmeras digitais no
mercado brasileiro nos últimos
três anos as forçaram a adotar tais
medidas, encaradas como "inevitáveis" para a sobrevivência.
De acordo com dados da Abimfi (Associação Brasileira da Indústria de Material Fotográfico e de
Imagem), 30 mil câmeras digitais
haviam sido vendidas no país até
2002. No final deste ano, deve-se
atingir 7,5 milhões de unidades.
Menos filmes
A tecnologia digital provocou
uma forte queda na venda de filmes fotográficos, produto que
ainda é responsável por metade
do faturamento das companhias
no Brasil. Em 2002, 89 milhões de
rolos foram vendidos. Neste ano,
o número deve baixar para 60 milhões (queda de 33%).
Como a previsão é que os filmes
fotográficos devam perder cada
vez mais espaço nos próximos
anos, Fuji e Kodak anunciaram
que seus investimentos serão direcionados agora para a área de
impressão de imagens, essencialmente a imagem capturada com
câmeras digitais. Mas, alegando
questão de estratégia, não mencionam valores.
"Cerca de 55% do nosso investimento nos próximos dois anos
vai estar diretamente focado em
facilitar a impressão de fotos digitais para os consumidores. Acreditamos que já a partir de 2006 o
crescimento do faturamento na
parte de impressão e venda de
máquinas digitais acabe por compensar a queda no faturamento
com filmes", disse o diretor-geral
da divisão de fotografia da Kodak
no Brasil, Fernando Bautista.
Entre os produtos incluídos na
nova estratégia da empresa estão
os papéis fotográficos e as estações de impressão de fotografias
(lojas, quiosques de auto-atendimento), além da linha Easyshare,
"coração da estratégia" da Kodak,
que compreende quatro modelos
de câmeras digitais e uma impressora portátil.
A impressora se conecta diretamente nessas câmeras, não precisa estar ligada a um computador
para funcionar e imprime fotos
na hora.
Apesar de menos agressiva do
que a rival, a estratégia de mercado da Fuji também enxerga na
impressão de fotografias um mercado em expansão. A empresa
aposta suas fichas na venda dos
minilabs Frontier, de papel fotográfico, e nas câmeras digitais da
linha Finepix, que oferece seis
modelos de máquinas amadoras.
"Enquanto as vendas de filmes
caíram cerca de 10% no ano passado, tivemos um crescimento na
venda de papéis fotográficos quase que na mesma proporção. Isso
demonstra o aumento na demanda por impressões de fotografias",
disse o gerente nacional de vendas
da Fuji, Sérgio Takayama.
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