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Indústria cultural emprega 4,5% dos trabalhadores
De 3,7 milhões de pessoas, só 1,4 milhão tem carteira assinada, afirma IBGE
Média do rendimento,
incluindo os não-formais,
foi de R$ 705, praticamente
a mesma do conjunto de
todos os trabalhadores
DA SUCURSAL DO RIO
O setor cultural ocupa, no
Brasil, 3,7 milhões de pessoas,
ou 4,5% do total de trabalhadores. Sua receita líquida em
2003 foi de R$ 156 bilhões, o
que representa 7,9% do total da
receita de todos os setores.
O IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) estimou a participação da cultura
na economia a partir de indicadores de várias de suas pesquisas. Uma delas mostra que as
empresas do setor foram responsáveis em 2003 por 6% do
valor adicionado na economia
brasileira.
Esse valor é calculado a partir da comparação do custo de
produção e do preço final. Se o
custo de produção de um CD é
de R$ 5 e ele é vendido por R$
20, isso significa que o valor
adicionado foi de R$ 15.
O número de empresas formais trabalhando direta ou indiretamente na área foi de 269
mil, ou 5,2% do total. Elas empregam 1,4 milhão de pessoas.
O analista do IBGE Luiz Fernando de Melo, que trabalhou
na pesquisa, explica que essa
diferença no total de empregados nas empresas (1,4 milhão)
com o total na população (3,7
milhões) acontece por causa do
peso dos informais no setor.
"Muitos trabalhadores do setor cultural não têm carteira
assinada. Podem ser free-lancers que trabalham só no período do Natal ou outros profissionais que não contribuem para a
Previdência Social", afirma
Melo.
Considerando todos os trabalhadores (de empresas formais ou não), a média do rendimento deles foi de R$ 705, praticamente a mesma verificada
no conjunto de todos os trabalhadores.
Mais estudo
Mesmo ganhando o mesmo,
o levantamento mostra que o
trabalhador na área de cultura
tem mais escolaridade que os
demais.
Para o presidente do IBGE,
Eduardo Pereira Nunes, os dados sugerem que é preciso valorizar mais o trabalho dos que
estão ocupados no setor.
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, diz que esses dados
podem ajudar o ministério a lutar por mais verbas.
"Trata-se de um primeiro
passo. Um passo, no entanto,
importantíssimo. Desde a sua
criação, há 20 anos, o ministério tem ocupado os últimos lugares no ranking do Orçamento
do país, cambaleando entre
0,2% e 0,6% dos recursos do governo federal, como ocorreu
nos últimos quatro anos. Percebendo o peso das atividades
culturais, poderemos ter uma
positiva conseqüência nas definições de orçamento e investimento", disse o ministro.
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