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Para marchand, "valor de reposição" justifica pagar R$ 3.000 para ver BB King
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
"Foi a coisa mais excêntrica que já fiz." Mas o empresário, marchand e economista Miguel Salles, 51, diz que
não se arrepende de ter pago
R$ 3.000 por um par de convites para assistir hoje ao
show da turnê de despedida
de BB King, no Bourbon
Street, em São Paulo.
"A questão é o valor de reposição", ele justifica, em vocabulário próprio de economista. "Neste caso, é infinito,
pois não vai acontecer mais.
É uma coisa que não tem
preço. Quanto valeria ter visto o último show do Sinatra?
Ou dos Beatles? Tem gente
que vai assistir ao Cirque du
Soleil e paga isso... Em termos de custo-benefício, é
uma relação excelente."
O blueseiro norte-americano fará outros shows na cidade, a preços mais acessíveis -sábado, domingo e segunda, no Via Funchal; ingressos entre R$ 95 e R$ 480.
A atmosfera intimista do
Bourbon (350 lugares) levanta o preço. Além disso,
parte da renda será doada à
Associação Cruz Verde. Para
esse show, foram colocados à
venda 180 convites. A maior
parte custava R$ 900. Os 40
lugares das mesas localizadas na frente do palco foram
leiloados -o valor mais alto
foi R$ 4.605, por um par.
Salles comprou seu par no
leilão. "Abro mão de algumas
coisas em função de outras."
Edgard Radesca, proprietário do Bourbon, diz que o
último show da casa que teve
convites a preços semelhantes foi o de Ray Charles, em
1995. Um ingresso chegou a
custar, na época, R$ 500.
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