São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006

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Para marchand, "valor de reposição" justifica pagar R$ 3.000 para ver BB King

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

"Foi a coisa mais excêntrica que já fiz." Mas o empresário, marchand e economista Miguel Salles, 51, diz que não se arrepende de ter pago R$ 3.000 por um par de convites para assistir hoje ao show da turnê de despedida de BB King, no Bourbon Street, em São Paulo.
"A questão é o valor de reposição", ele justifica, em vocabulário próprio de economista. "Neste caso, é infinito, pois não vai acontecer mais. É uma coisa que não tem preço. Quanto valeria ter visto o último show do Sinatra? Ou dos Beatles? Tem gente que vai assistir ao Cirque du Soleil e paga isso... Em termos de custo-benefício, é uma relação excelente."
O blueseiro norte-americano fará outros shows na cidade, a preços mais acessíveis -sábado, domingo e segunda, no Via Funchal; ingressos entre R$ 95 e R$ 480.
A atmosfera intimista do Bourbon (350 lugares) levanta o preço. Além disso, parte da renda será doada à Associação Cruz Verde. Para esse show, foram colocados à venda 180 convites. A maior parte custava R$ 900. Os 40 lugares das mesas localizadas na frente do palco foram leiloados -o valor mais alto foi R$ 4.605, por um par.
Salles comprou seu par no leilão. "Abro mão de algumas coisas em função de outras."
Edgard Radesca, proprietário do Bourbon, diz que o último show da casa que teve convites a preços semelhantes foi o de Ray Charles, em 1995. Um ingresso chegou a custar, na época, R$ 500.


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