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São Paulo, terça-feira, 30 de dezembro de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda norte-americana fecha a R$ 2,862, e Bovespa ultrapassa 22 mil pontos pela primeira vez

Dólar tem a maior queda em quatro meses

DA REPORTAGEM LOCAL

A dois dias para o fim do ano, o comportamento do câmbio continuava surpreendendo analistas. O dólar fechou os negócios a R$ 2,862 ontem, com queda de 1,37%, a maior redução em um dia desde 7 de agosto deste ano.
As compras de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que teve alta de 1,1%, também refletiram o otimismo de investidores em relação ao Brasil. A valorização fez o Ibovespa fechar, pela primeira vez, acima de 22 mil pontos, a 22.045.
As causas da queda do dólar, segundo operadores, foram a entrada de dólares de fora e o alto volume de vendas da moeda norte-americana no mercado futuro por um grande banco nacional.
O forte fluxo que tem se mantido no mês de dezembro acabou contrariando expectativas de analistas de que o real se desvalorizaria em consequência dos cerca de US$ 5 bilhões de dívida pública e privada que venciam neste mês.
Na verdade, durante todo o ano, economistas subestimaram o valor do real. Chegaram a esperar, no início deste ano, que a moeda norte-americana encerraria o ano valendo R$ 3,70.
À medida que não se confirmavam, as estimativas foram sendo revistas. Mas, mesmo na última sexta-feira, analistas ainda contavam com uma cotação de R$ 2,95 para o dólar no fim de dezembro, segundo o relatório Focus, divulgado ontem pelo Banco Central.
Para que a projeção se confirme o dólar terá de subir 3,07% até quarta-feira ao meio-dia, quando se encerram os negócios no mercado de câmbio que serão retomados na próxima sexta-feira.
O comportamento inesperado do câmbio em 2003 é explicado pela melhora do cenário político interno e pela sobra de dinheiro lá fora que permitiram que empresas brasileiras conseguissem voltar a captar recursos no exterior. O forte crescimento das exportações também contribuiu muito para a atração de divisas de fora.
Os bons ventos para a economia brasileira também têm favorecido o mercado de ações. Sinal disso foi o comportamento da Bovespa ontem que, além do recorde de pontuação, teve volume financeiro de R$ 693,7 milhões, considerado alto para o mercado brasileiro neste período do ano.
Depois de subir na sexta-feira, os juros futuros dos contratos com vencimento em julho de 2004 recuaram de 15,82% para 15,77% ontem. (ÉRICA FRAGA)


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