|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MERCADO
Bolsa sobe a novo recorde e risco-país vai a mais baixo índice desde 1997
Dólar cai a R$ 2,667, o menor do ano
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ano está perto do fim e o dólar
não pára de derreter. Ontem a
moeda americana caiu a seu menor valor de 2004 e nem mais uma
atuação do Banco Central segurou o dólar. A queda de 0,86% levou o dólar a R$ 2,667, menor nível desde junho de 2002.
A baixa da moeda se acentuou
após o leilão de compra do BC,
que adquiriu dólares por até R$
2,683. Instituições financeiras que
queriam -e não conseguiram-
vender dólares acima desse nível
foram ao mercado, aumentando a
oferta e derrubando ainda mais as
cotações, o que é mais fácil de
ocorrer nesse período do ano,
quando há menos negócios.
Para Alexandre Póvoa, economista responsável pela Modal Asset Management, o dólar vai começar a se tornar realmente perigoso para a balança comercial
quando chegar na faixa entre R$
2,55 e R$ 2,60. "Nesse nível, a
preocupação com as exportações
vai crescer bastante. Mas é claro
que o BC não ia esperar chegar a
esse patamar sem fazer nada."
Entrada de dólares e falta de interesse das instituições para estocar moeda americana nesse momento não têm permitido que as
atuações do BC detenham a valorização do real.
Em 2004, a moeda norte-americana já registra baixa superior a
8% diante do real.
Quando o dólar caiu abaixo dos
R$ 2,70, no último dia 6, o BC
anunciou que voltaria a realizar
leilões de compra de dólares, como havia feito no início de 2004.
Vários integrantes do governo,
dentre esses o próprio presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, já defenderam a necessidade de o dólar se
manter em um nível mais alto em
relação ao real.
Os motivos dos leilões de compra, segundo o BC, são o de aproveitar as baixas cotações da moeda dos EUA para recompor as reservas do país. Mas os analistas
são unânimes ao afirmarem que a
intenção do BC é a de conter a valorização do real. Isso porque um
dólar desvalorizado pode ter efeitos ruins sobre as exportações,
encarecendo os produtos brasileiros no exterior.
Anteontem, a autoridade monetária anunciou já haver comprado US$ 2,44 bilhões neste mês
e, mesmo assim, o dólar segue em
baixa.
Bom cenário
O risco-país também voltou a
cair e alcançou ontem, na mínima, os 371 pontos. O indicador
encerrou as operações a 378 pontos, o menor nível desde 1997.
A queda do risco-país sempre é
uma boa notícia, pois representa
menores custos para empresas,
bancos e governo brasileiros captarem recursos no exterior.
A Bolsa de Valores de São Paulo
bateu ontem o oitavo recorde de
pontuação do ano. O Ibovespa
(principal índice do mercado) subiu 0,17% e encerrou o pregão aos
inéditos 26.116 pontos.
Apesar do bom desempenho da
Bolsa, os fundos de ações chegaram ao fim de 2004, no último dia
24, com captação -diferença entre aplicações e resgates- anual
negativa de R$ 506,7 milhões.
Texto Anterior: Crescimento se acomoda, vê Meirelles Próximo Texto: IR menor sobre ações facilitará troca de papéis Índice
|