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São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

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CRÉDITO

Dúvida é se instituições vão manter lucro com rendimento menor de títulos

Bancos devem emprestar mais com queda dos juros

DA REPORTAGEM LOCAL

Se a atual trajetória de queda nas taxas de juros, hoje em 22% ao ano, for mantida, a tendência é que os bancos passem a oferecer mais crédito na tentativa de compensar a redução nas receitas com aplicações em títulos públicos.
Essa é a expectativa do governo, de analistas e da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos). Segundo Roberto Troster, economista-chefe da instituição, as receitas com crédito caíram no primeiro semestre deste ano em consequência das taxas de juros elevadas, que reduziram o apetite da população por empréstimos.
Além disso, de acordo com Troster, a elevação dos depósitos compulsórios a partir de meados do ano passado diminuiu os recursos do sistema financeiro disponíveis para crédito: "Com a queda dos juros e dos compulsórios, a tendência é que seja direcionado um volume maior de recursos para empréstimos".
A expectativa de analistas é que o volume de crédito -que, por enquanto, vem diminuindo neste ano em termos reais- cresça, no máximo, 8% em 2003. Já para 2004, apostam numa expansão de 30%.
A grande dúvida é se os bancos conseguirão manter seus elevados lucros com a queda das receitas com títulos públicos, que oferecem às instituições altos retornos e risco muito baixo.
Esse tema tem sido bastante discutido nas reuniões internas dos principais bancos do país. Além de elevar a oferta de crédito, as instituições já se planejam para investir pesado na venda de planos de previdência privada, seguros e títulos de capitalização -que, esperam, tende a crescer com a recuperação econômica.


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