São Paulo, terça-feira, 31 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INCERTEZA

Indicador responsável por dois terços do PIB sobe 0,8% em julho, mas rendimento tem a menor alta desde 2002

Consumo nos EUA volta a se recuperar

DA REDAÇÃO

Os gastos dos consumidores americanos, que são responsáveis por dois terços do PIB (Produto Interno Bruto), voltaram a crescer em julho, um sinal de que a perda de fôlego da economia pode ter sido passageira. O indicador registrou um aumento de 0,8%, depois da queda revisada de 0,2% em junho -originalmente, a retração havia sido de 0,7%, então a maior desde os atentados do 11 de Setembro, há três anos.
A divulgação dos números positivos pelo Departamento de Comércio, porém, foi acompanhada por outro dado igualmente importante, que deixou apreensivos os analistas: o rendimento, que sinaliza crescimento futuro, aumentou apenas 0,1%, a menor taxa desde agosto de 2002.
Sem a recuperação desse indicador, o consumo do americano tenderá a enfraquecer novamente, afirmaram. "Está tudo bem equilibrado, [mas] qualquer coisa poderá causar um grande problema no momento atual", disse o economista-chefe do ABN-Amro nos EUA, Steve Richiuto.
Parte do consumo em julho foi explicada pela expansão dos empréstimos, ainda um reflexo dos baixos juros que então perduravam -a taxa básica ficou em 1% ao ano de junho de 2003 ao mesmo mês de 2004, o menor patamar em 46 anos. Porém, com a iminência de novos aumentos nas taxas e o impacto do aumento da gasolina, a recuperação do consumo poderá ter vida curta, ponderaram os economistas.
O Federal Reserve (o BC americano) já elevou os juros duas vezes desde junho, para 1,5% ao ano. Os preços dos combustíveis, na esteira das cotações recordes do petróleo, se fizeram sentir ainda em junho, quando caíram as vendas do setor automotivo. Só a melhora do mercado de trabalho poderá estender o fôlego da retomada, dizem os analistas, à espera do dado de julho, que sai na sexta.


Com o "New York Times" e agências internacionais


Texto Anterior: Negócios: Unibanco cria financeira com grupo português de varejo Sonae
Próximo Texto: Vizinho em crise: Argentina quer o FMI "neutro" na troca dos títulos com os credores
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.