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VIZINHO EM CRISE
Governo pretende evitar interferência
Argentina quer o FMI "neutro" na troca dos títulos com os credores
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Rodrigo Rato, chega hoje a Buenos
Aires, e o governo argentino vai
tentar garantir a neutralidade do
Fundo quando começar a lançar
oficialmente no mercado a troca
dos 152 títulos que somam cerca
de US$ 104 bilhões, em "default"
desde dezembro de 2001, pelos
três novos tipos de bônus, anunciados em julho, que valem cerca
de 25% dos anteriores.
A neutralidade do FMI, que defende um pagamento maior da
dívida, poderá ser compensada
com uma pequena melhora na
oferta, segundo disseram fontes
do mercado ao jornal "La Nación". A melhora no pagamento
seria feita com recursos de futuros
reembolsos do próprio Fundo.
Essas questões e o adiamento
para o ano que vem de uma parcela de US$ 1 bilhão, que vence em
setembro, referente a juros que a
Argentina deve ao Fundo, estarão
na pauta do encontro que Rato terá com o presidente Néstor Kirchner e com o ministro da Economia, Roberto Lavagna.
Kirchner e Rato também vão
dar um formato legal à inédita decisão do governo argentino de
congelar o atual acordo entre o
país e o Fundo até que a Argentina termine a troca dos títulos, o
que o governo espera que aconteça até o fim do ano.
Em princípio, o Ministério da
Economia contava com adesão de
70%, mas, com a resistência dos
credores, o governo já fala em
60% de aceitação.
A Argentina quer a neutralidade do FMI porque o organismo
insiste em que o país use uma parte maior do superávit fiscal deste
ano para aumentar o pagamento
aos credores. De janeiro a julho o
superávit foi de 4% do PIB.
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