São Paulo, terça-feira, 31 de agosto de 2004

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VIZINHO EM CRISE

Governo pretende evitar interferência

Argentina quer o FMI "neutro" na troca dos títulos com os credores

CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES

O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Rodrigo Rato, chega hoje a Buenos Aires, e o governo argentino vai tentar garantir a neutralidade do Fundo quando começar a lançar oficialmente no mercado a troca dos 152 títulos que somam cerca de US$ 104 bilhões, em "default" desde dezembro de 2001, pelos três novos tipos de bônus, anunciados em julho, que valem cerca de 25% dos anteriores.
A neutralidade do FMI, que defende um pagamento maior da dívida, poderá ser compensada com uma pequena melhora na oferta, segundo disseram fontes do mercado ao jornal "La Nación". A melhora no pagamento seria feita com recursos de futuros reembolsos do próprio Fundo.
Essas questões e o adiamento para o ano que vem de uma parcela de US$ 1 bilhão, que vence em setembro, referente a juros que a Argentina deve ao Fundo, estarão na pauta do encontro que Rato terá com o presidente Néstor Kirchner e com o ministro da Economia, Roberto Lavagna.
Kirchner e Rato também vão dar um formato legal à inédita decisão do governo argentino de congelar o atual acordo entre o país e o Fundo até que a Argentina termine a troca dos títulos, o que o governo espera que aconteça até o fim do ano.
Em princípio, o Ministério da Economia contava com adesão de 70%, mas, com a resistência dos credores, o governo já fala em 60% de aceitação.
A Argentina quer a neutralidade do FMI porque o organismo insiste em que o país use uma parte maior do superávit fiscal deste ano para aumentar o pagamento aos credores. De janeiro a julho o superávit foi de 4% do PIB.


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