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Investimento não atinge um terço do gasto previdenciário
Previsões contidas no Plano Plurianual para contas públicas destoam da LDO
Gastos orçamentários em infra-estrutura e de estatais do setor atingem R$ 390 bi entre 2008-2011, contra benefícios de R$ 1,17 tri
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Alçados à condição de prioridade do Plano Plurianual
2008-2011, os investimentos
federais em infra-estrutura
mal chegarão a um terço dos
gastos esperados em Previdência Social no período, segundo
as próprias projeções do governo Lula.
Todos os gastos orçamentários e das estatais em energia,
transportes, saneamento, urbanismo e comunicações somarão, pelos números do PPA,
R$ 389,4 bilhões no quadriênio.
Mesmo com a previsão de
reajustes mais modestos para o
salário mínimo, os gastos com
benefícios previdenciários somarão R$ 1,17 trilhão.
Os cálculos levam em conta o
aumento do mínimo para exatos R$ 407,33 no próximo ano,
a partir da regra proposta pelo
governo que reajusta o valor
conforme a variação da inflação
e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos
antes. Por esse critério, o mínimo chegaria a R$ 528,73 em
2011.
Esse mecanismo de reajuste
foi uma das propostas do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) e ainda não foi
aprovado pelo Congresso. O
objetivo é limitar o crescimento dos gastos obrigatórios,
abrindo mais espaço no Orçamento para os investimentos.
Se levada a sério, a regra permite um reajuste anual máximo de 5% acima da inflação
-taxa de crescimento econômico prevista no PAC. No ano
eleitoral de 2006, Lula elevou o
poder de compra do mínimo
em 13%.
Mesmo com o limite proposto, o governo prevê a elevação
dos gastos com Previdência de
7,2% -no Orçamento de 2008
que será enviado hoje ao Congresso com o PPA- para 7,8%
do PIB em 2011. Ainda assim, as
estimativas oficiais conseguiram incluir uma queda do déficit previdenciário, graças a uma
elevação da receita, de 5,7% para 6,7% do produto.
Segundo o secretário-executivo do Planejamento, João
Bernardo Bringel, a expectativa
de aumento futuro da arrecadação do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) se ampara no crescimento esperado
dos salários e da formalização
de empregos, além de medidas
de gestão.
Discrepância
As previsões do PPA para o
comportamento das contas públicas destoam das apresentadas pelo governo no primeiro
semestre com a LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias). Na
segunda, há uma elevação contínua, em proporção do produto, dos gastos e da carga tributária federal até 2010; na primeira, há estabilidade, com queda
em 2011.
Segundo o Plano Plurianual,
que será levado ao Congresso
hoje pelo ministro Paulo Bernardo (Planejamento), a receita total do governo cairá de
24,9% do PIB, em 2008, para
24,7% em 2011, enquanto as
despesas, já descontados os repasses para Estados e municípios, cairão no período de
18,9% para 18,6%. Ainda que ligeira, seria a primeira trajetória declinante de receitas e gastos desde o Plano Real.
Segundo o secretário-executivo do Planejamento, a discrepância em relação às projeções
da LDO é normal, dado que as
estimativas oficiais estão em
permanente atualização.
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