São Paulo, Terça-feira, 31 de Agosto de 1999 |
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MONTADORAS Emprego nas fábricas continua garantido Acordo dos carros terá mais 30 dias
FÁBIA PRATES em São Paulo Depois de seis dias de negociações, o governo federal e a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) chegaram a um consenso ontem para renovar pela segunda vez (por mais 30 dias) o acordo emergencial do setor automotivo. Até 30 de setembro, o IPI (Imposto sobre Produção Industrial) incidente sobre os carros populares continuará sendo de 7% (o normal é 10%), e sobre os carros médios, de 20% (o normal é 25%). As empresas se comprometeram a não mexer nos preços dos veículos nesse período, a manter os empregos por 90 dias (até 30/ 11) e a continuar oferecendo bônus de R$ 375 sobre os carros populares. O anúncio foi feito ontem, em São Paulo, pelo ministro do Desenvolvimento, Clóvis Carvalho. O ministro descartou a possibilidade de o acordo emergencial vir a ser novamente renovado, depois de 30 de setembro. "Com a garantia de emprego por 90 dias, já ganhamos o tempo necessário", disse o ministro. Apesar da renovação, os preços dos carros em São Paulo estão cerca de 2,5% mais caros com relação ao preço vigente até quarta-feira passada. Isso porque a lei que reduziu o ICMS de 12% para 9,5% acabou e, apesar de ter caminhos jurídicos, o governo paulista não deve propor nova lei, segundo sua assessoria, para não agir "com descortesia" com o STF (Supremo Tribunal Federal). O Supremo concedeu liminar na semana passada ao Rio Grande do Sul, considerando inconstitucional a lei vencida. O presidente da Anfavea, José Carlos Pinheiro Neto, afirmou que o acordo fará com que o mercado em setembro fique estável com relação a este mês. As montadoras queriam retirar o bônus sobre os populares e reduzir o prazo de garantia de empregos. De acordo com Carvalho, nos 30 dias de vigência do novo acordo, o governo federal vai tentar avançar nas discussões para a criação de um programa de renovação de frota. A implantação do programa de renovação é visto pelas montadoras e sindicatos como solução definitiva para reaquecer o setor e manter os empregos. Já há uma proposta das montadoras nas mãos do governo, que prevê concessão de bônus de R$ 1.800 (o governo federal abriria mão de R$ 700 de IPI, os governos estaduais de R$ 500 de ICMS e montadoras e concessionárias dividiriam o restante). Carvalho disse ontem que o governo considera "insuficiente" o benefício oferecido pelas montadoras. Texto Anterior: Luís Nassif: A polêmica da Merrill Lynch Próximo Texto: Sindicatos querem mais ações parecidas Índice |
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