São Paulo, Terça-feira, 31 de Agosto de 1999
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CRÉDITO
Mecanismo é instalado em painel de carro não-quitado
Aparelho antiinadimplência provoca polêmica nos EUA

MARCIO AITH
de Washington

Mel Farr, ex-jogador de futebol americano e dono de uma das maiores revendedoras de carros usados dos EUA, ganhou em julho elogio público do presidente Bill Clinton por abrir crédito para que pessoas pobres ou com nomes sujos no mercado adquiram automóveis de sua rede de lojas sediada na cidade de Detroit.
Os elogios transformaram-se em polêmica ontem, quando o mecanismo usado por Farr para para garantir a pontualidade de seus clientes ganhou destaque nacional: caso não paguem alguma das parcelas dos contratos de leasing, os consumidores não recebem senhas que, digitadas num aparelho eletrônico instalado no painel do automóvel, o fazem funcionar. Ou seja: no caso de calote, o carro não anda.
Uma matéria do "New York Times" e uma extensa cobertura de televisão trouxeram opiniões de pessoas comparando as condições impostas por Farr a seus consumidores a uma forma de servidão eletrônica.
Farr cobra de seus clientes juros muito acima dos de mercado para compensar o risco natural de seu negócio. Farr cobra juros anuais em torno de 23%. As taxas de mercado em leasing de carros nos EUA são de 9%.
O ex-jogador do Detroit Lions se defende, por meio de sua porta-voz, dizendo que essa é uma maneira legítima de manter os pagamentos em dia. Ele compara o que está fazendo às práticas de companhias de fornecimento de água e de energia.


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