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CRÉDITO
Mecanismo é instalado em painel de carro não-quitado
Aparelho antiinadimplência provoca polêmica nos EUA
MARCIO AITH
de Washington
Mel Farr, ex-jogador de futebol
americano e dono de uma das
maiores revendedoras de carros
usados dos EUA, ganhou em julho elogio público do presidente
Bill Clinton por abrir crédito para
que pessoas pobres ou com nomes sujos no mercado adquiram
automóveis de sua rede de lojas
sediada na cidade de Detroit.
Os elogios transformaram-se
em polêmica ontem, quando o
mecanismo usado por Farr para
para garantir a pontualidade de
seus clientes ganhou destaque nacional: caso não paguem alguma
das parcelas dos contratos de leasing, os consumidores não recebem senhas que, digitadas num
aparelho eletrônico instalado no
painel do automóvel, o fazem
funcionar. Ou seja: no caso de calote, o carro não anda.
Uma matéria do "New York Times" e uma extensa cobertura de
televisão trouxeram opiniões de
pessoas comparando as condições impostas por Farr a seus
consumidores a uma forma de
servidão eletrônica.
Farr cobra de seus clientes juros
muito acima dos de mercado para
compensar o risco natural de seu
negócio. Farr cobra juros anuais
em torno de 23%. As taxas de
mercado em leasing de carros nos
EUA são de 9%.
O ex-jogador do Detroit Lions
se defende, por meio de sua porta-voz, dizendo que essa é uma
maneira legítima de manter os
pagamentos em dia. Ele compara
o que está fazendo às práticas de
companhias de fornecimento de
água e de energia.
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