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Estudar fora pode ser estratégico

Alunos dispõem de programas no exterior e veteranos buscam vaga na rede internacional

DE SÃO PAULO

O redator de publicidade soteropolitano Rodrigo Linhares, 32, fez estágios de três meses em agências de Amsterdã, Bruxelas, Madri e Moscou. Tudo isso enquanto estudava na unidade de Hamburgo (Alemanha) da Miami Ad School.

Depois de ser premiado por um trabalho feito pela Leo Burnett da Rússia, Linhares recebeu uma proposta da agência alemã Tribal DDB. E resolveu ficar por lá.

Ele considera importante conhecer os diferentes processos de produção. Na Alemanha, afirma, "[o ritmo] é muito lento até para os padrões da Bahia. A ideia precisa passar por muita gente até a aprovação, e isso me deixa um pouco aperreado".

Para um iniciante que queira trabalhar em agências no exterior, estudar em uma escola estrangeira é uma boa tática. Começar fora do país tem se tornado mais frequente, dizem publicitários.

"[Os iniciantes] criam o portfólio em uma escola 'gringa' e ficam por lá uns dois, três anos. E isso é mais comum hoje do que há uma década", compara Anselmo Ramos, 41, vice-presidente de criação da Olgivy. Ele voltou para o Brasil há quatro anos, depois de ter passado por agências em Lisboa, Madri, Miami e Nova York.

Algumas escolas estrangeiras possuem convênios com agências que possibilitam aos alunos fazer estágios por períodos curtos -geralmente, sem remuneração.

No Brasil, a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) mantém uma parceria com a Miami Ad School. Para cursar, não é preciso ser formado.

Paulo Sérgio Quartiermeister, diretor da Miami Ad School, conta que 226 alunos participaram do programa "Quarter Away" (um trimestre fora) em agências espalhadas pelo mundo.

Desses, cerca de 20 acabaram emigrando para os EUA depois de um período de estágio. Além de São Paulo, a escola tem sedes em outras 11 cidades.

CONTRAPARTIDA

Outra maneira de trabalhar no exterior é estar em uma agência com vários escritórios pelo mundo. E isso funciona tanto para brasileiros que querem trabalhar fora como no outro sentido.

Na Olgivy de São Paulo, por exemplo, há mão de obra inglesa, norte-americana e argentina. "Temos muitos pedidos de estrangeiros querendo trabalhar aqui. Estamos em uma rede que se ajuda e acho que isso é uma tendência. Antes, não era assim", conta Ramos.

Além da rede de contatos, outra tática é mostrar o trabalho para o empregador.

Foi o que fez Felipe Memória, hoje sócio da Huge em Nova York. Ele soube da existência do escritório, interessou-se e foi pesquisar a história da empresa. "Era o negócio que eu queria começar", afirma.

Uma coincidência criou empatia entre ele e o empregador: eles haviam sido vizinhos no Rio de Janeiro, onde a agência tem um escritório.

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