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Apesar de custarem até R$ 143 mil, cursos "top de linha" do país mostram atrativos e viram alternativa aos do exterior
Câmbio joga a favor do MBA NACIONAL
ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O que você faria com uma
quantia de R$ 143 mil? Equivalente a cerca de oito carros populares, o valor possibilita a compra
de um apartamento numa das capitais brasileiras ou simplesmente
de um Audi A4, sonho de muitos.
É também o preço de um dos
cursos de MBA mais caros do
Brasil, o curso internacional da
Thunderbird. Os executivos que
desembolsam essas quantias optam por investir na carreira, em
vez de pôr a soma na garagem.
Na Thunderbird, 43% dos alunos têm patrocínio total da empresa, 36% têm ajuda parcial e
21% arcam com todos os custos .
Em contrapartida, muitos cursos no país já mostram nível compatível com os internacionais.
Além de professores de primeira
linha, têm infra-estrutura paramentada com laptops, filmadoras
que registram as discussões e softwares de jogos de empresas.
Mas, para ingressar, também
não basta ter dinheiro e vontade.
É preciso providenciar cartas de
recomendação, ter boas notas em
avaliações como o Toefl e experiência (de três a cinco anos).
Há cursos que fazem também
um exame de admissão, como o
da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), que contabiliza quatro candidatos por vaga.
A FGV-Eaesp (Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas) dispensa cerca de 30% dos interessados no
MPA, mestrado profissionalizante, que tem como diferencial o fato de ser "stricto sensu".
Boa parte das escolas de MBA
no país oferece módulos de estudo no exterior, optativo ou obrigatório. No Ibmec Educacional
São Paulo, o módulo fora do país
é optativo. As aulas, na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos EUA, não estão
inclusas no valor (R$ 29,4 mil).
Ao sabor do câmbio
À altura do investimento também estão as expectativas dos
executivos. O gerente de vendas
da C&A Ivan Murias, 27, usará as
economias para bancar seu MBA.
"Pretendo chegar a diretor", diz.
Murias tinha a intenção de fazer
o MBA no exterior. "Mas a alta do
dólar mudou meus planos", diz
ele, que se matriculou na BSP (Business School São Paulo), onde o
curso custa a partir de R$ 51,2 mil.
A escola é uma das que fornecem o formato internacional dentro do país. Também estão presentes no Brasil quatro universidades estrangeiras que ministram
MBA. São elas: Pittsburgh, Ohio,
Thunderbird e Michigan.
Mas essas escolas também vêm
sentindo os efeitos do câmbio.
Depois da disparada do dólar, a
Michigan só vai abrir nova classe
em 2004. O modelo é corporativo,
ou seja, só são aceitos candidatos
bancados pelas empresas.
Com o dólar por volta de R$
3,62, os empregadores recuaram
na hora de pagar US$ 75 mil, cerca
de R$ 271,5 mil por aluno.
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