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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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Mercado põe novatos na "balança"

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Enquanto não conseguem a colocação que desejam, bacharéis em direito se submetem a funções que não exigem o título.
Sonhando com a magistratura estadual, Solange Gonçalves, 30, passa sete horas por dia atuando na área administrativa e de vendas de uma editora. "Não é fácil, mas é um degrau para alcançar o que quero." Segundo ela, optar por advogar não vale a pena para quem quer passar em concurso. "O salário não é bom, e o trabalho é desgastante. Não sobra tempo para estudar o necessário."
O Tribunal de Justiça de São Paulo e o Ministério Público Estadual informam que, em geral, o número de aprovados é inferior ao número de vagas existentes. Os concursos têm provas orais, discursivas e de múltipla escolha -segundo as instituições, o preparo costuma contar mais que a experiência profissional.
Sylvia Helena de Barros, 23, diz que seu objetivo é ser juíza na região Norte do país. Por enquanto, trabalha em um cursinho -toma conta de uma sala de estudos. Durante o expediente, diz ela, sobra até um tempinho para estudar. "Acabei de me formar e tenho paciência. Vou estudar tanto que vou acabar passando", afirma.
Segundo o diretor da Faculdade de Direito da USP, professor Eduardo Cesar Silveira Vita Marchi, enquanto nas melhores faculdades os alunos são disputados por grandes empresas, nas demais restaria a opção dos concursos públicos. "Infelizmente há muita gente despreparada, que não consegue passar", afirma.



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