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São Paulo, domingo, 13 de julho de 2003

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MIL VAGAS

Incentivo ao funcionário hoje depende mais do segmento em que a empresa atua e menos da sua origem

Multinacional verde-amarela já se equipara às estrangeiras

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Historicamente, o que se viu no Brasil até meados da década de 90 foi a supremacia das multinacionais estrangeiras na busca de técnicas para criar ambientes mais motivadores aos funcionários.
Hoje já é possível encontrar iniciativas semelhantes em multinacionais brasileiras. É o caso da AmBev, que está presente na Argentina, no Uruguai, no Paraguai e na Venezuela e deve inaugurar uma cervejaria na Guatemala.
A empresa possui uma universidade corporativa (Universidade AmBev), que, só neste ano, deverá investir R$ 13,5 milhões em treinamento para todas as áreas, entre várias outras iniciativas.
Nos últimos anos, uma série de empresas nacionais tem buscado programas semelhantes, diz Sérgio Vezneyan, professor do Ibmec Educacional. Hoje são citadas pelos especialistas como exemplos em recursos humanos companhias como Natura, Embraer, Votorantim, Petrobras e Itaú.
"Mas as estrangeiras ainda dominam ferramentas de gestão consolidadas", afirma o professor André Fischer, da FEA-USP.
Além disso, as estrangeiras tendem mais a levar o profissional para fora, o que ajuda a impulsionar o crescimento da carreira internacionalmente. "Há toda uma movimentação para o funcionário se transformar em um grande gestor", afirma Luciana Sarkozy, sócia-diretora da Career Center.

Mapa-múndi
Segundo ela, a cultura das múltis estrangeiras é bem definida e pode até ser descrita de acordo com a sua origem. "As americanas tendem a ser mais voltadas para o resultado no curto prazo, dão mais valor aos números", diz.
"As européias não demitem com facilidade, seu aspecto político é mais forte. Essas empresas têm mais visão de longo prazo, mas alguns profissionais podem traduzir essa característica como lentidão", completa Sarkozy.
Porém os incentivos oferecidos aos funcionários, de acordo com ela, já não são mais vistos como absolutamente superiores nas empresas estrangeiras.
"Dependem mais do segmento de mercado em que elas atuam. O setor que tem sido mais arrojado em termos financeiros atualmente é o de tecnologia", conta.
Uma pesquisa feita pelo Instituto Great Place to Work no Brasil, com base em seu guia de 2002 (em parceria com a "Exame"), ilustram bem o quadro: as empresas brasileiras pesquisadas contrataram quase o dobro de pessoas que as multinacionais, apesar de quase o dobro dos candidatos ter procurado uma vaga nas estrangeiras . (RGV)



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